A juíza do condado de Milwaukee, no estado de Wisconsin, Hannah Dugan, foi considerada culpada por um júri federal por obstruir procedimentos federais ao interferir na atuação de agentes de imigração durante uma audiência judicial realizada em abril deste ano, segundo informações do processo divulgadas pelas autoridades norte-americanas.
De acordo com a promotoria federal, Dugan teria facilitado a saída do mexicano Eduardo Flores-Ruiz, de 31 anos, um imigrante ilegal, por uma rota alternativa dentro do tribunal, enquanto agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE) aguardavam do lado de fora da sala para efetuar a prisão dele.
Segundo os autos, após ser informada de que agentes federais estavam no local, a magistrada solicitou que os oficiais se dirigissem ao escritório do juiz principal do condado. Em seguida, conforme a acusação, conduziu Flores-Ruiz por outro corredor, permitindo que ele deixasse o prédio por uma porta privativa.
O júri absolveu Dugan da acusação de ocultação, mas concluiu que houve obstrução do trabalho das autoridades federais, crime que pode resultar em pena de até seis anos de prisão, conforme a legislação dos Estados Unidos. A data da audiência de sentença ainda não foi definida.
O advogado da juíza, Steve Biskupic, afirmou à imprensa estar decepcionado com o veredito e disse não compreender como o júri absolveu Dugan de ocultação, mas a considerou culpada de obstrução, argumentando que, segundo a defesa, os elementos das duas acusações seriam praticamente os mesmos.
Já o promotor Brad Schimel negou que o processo tivesse motivação política e defendeu as prisões realizadas em tribunais como seguras e legais. Segundo ele, a realização das detenções em prédios governamentais reduz riscos, uma vez que os indivíduos passam por controle de segurança.
O julgamento de Dugan teve início no último dia 15 e foi concluído nesta quinta-feira (18). Durante o processo, os promotores sustentaram que a juíza agiu deliberadamente para impedir a ação dos agentes federais, enquanto a defesa alegou que Dugan apenas seguiu protocolos administrativos internos do tribunal.
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