Israel matou o principal líder do Hezbollah, alinhado ao Irã, em um ataque aéreo em um subúrbio ao sul de Beirute, neste domingo (23), apesar de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos há um ano.
O ataque, o primeiro nos arredores da capital libanesa em meses, teve como alvo o chefe interino do Estado-Maior do grupo libanês, Haytham Ali Tabatabai. Posteriormente, a milícia confirmou a morte do líder, chamando-o de um “grande comandante jihadista” que “trabalhou para confrontar o inimigo israelense até o último momento de sua vida”.
Autoridades libanesas registraram 5 mortos e 28 feridos no ataque. O projétil atingiu um prédio de vários andares, lançando destroços sobre carros na rua principal abaixo, e moradores saíram correndo de suas residências, temendo novos bombardeios, segundo um repórter da agência de notícias Reuters. Os feridos foram levados para hospitais da região, segundo fontes médicas.
“O ataque foi claramente direcionado a uma figura-chave da resistência”, disse Mahmud Qomati, membro do Hezbollah, acrescentando que o atentado “cruza uma nova linha vermelha”. O presidente do país, Joseph Aoun, pediu à comunidade internacional que “intervenha de forma séria e enérgica para pôr fim aos ataques de Israel contra o Líbano”.
Antes do ataque, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu disse a seu gabinete que Israel continuaria a “combater o terrorismo” em várias frentes. “Continuaremos a fazer tudo o que for necessário para impedir que o Hezbollah restabeleça sua capacidade de nos ameaçar”, afirmou.
Em um breve pronunciamento televisionado, o premiê disse ainda que Israel não permitiria que o Hezbollah reconstruísse suas forças e que esperava que o governo libanês “cumprisse sua obrigação de desarmar” a milícia.
Em novembro, Israel intensificou os ataques aéreos no sul do Líbano, dando continuidade a uma campanha de ataques quase diários que, segundo o Tel Aviv, visa impedir o ressurgimento militar do Hezbollah na região fronteiriça.
Tel Aviv acusa o Hezbollah de tentar se reagrupar no sul e pressiona o Líbano para que seja mais agressivo na confiscação de todas as armas ilegais em todo o país, incluindo as da milícia, que não disparou contra Israel desde o início do cessar-fogo e afirma estar cumprindo o acordo.
Um funcionário americano de alto escalão ouvido pelo portal Axios afirmou que Israel não notificou os EUA com antecedência sobre o ataque deste domingo. O funcionário disse que o governo de Donald Trump aliado de Netanyahu foi informado imediatamente após o ataque, e outra autoridade americana afirmou que os EUA sabiam há dias que Israel planejava intensificar os ataques no Líbano, de acordo com a publicação.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou após o ataque que o país seguirá com operações do tipo. “Continuaremos a agir com firmeza para evitar qualquer ameaça aos residentes do norte e ao Estado de Israel”, disse em comunicado. “Quem levantar a mão contra Israel, terá a mão cortada”, disse ele, ao acrescentar que, junto de Netanyahu, está “determinado a continuar a política de aplicação máxima da lei no Líbano e em todos os outros lugares”.
24/11/2025 01:58:18
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