A indústria de Minas Gerais deve desacelerar em 2026, após apresentar em 2025 um desempenho inferior à previsão inicial. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) projeta para 2026 um crescimento da indústria mineira de 1,4%, pouco acima do crescimento esperado para a indústria nacional, de 1,3%. Neste ano, a indústria mineira espera fechar com incremento de 1,6%, ante avanço de 1,5% da indústria nacional.
A entidade estima para a indústria extrativa avanço de 2,2% e para energia e saneamento, o crescimento esperado é de 1,8%. Já a indústria de construção e a indústria de transformação devem ter aumentos de 1,4% e 1,1%, respectivamente, ficando abaixo do desempenho médio da indústria mineira.
O resultado do setor industrial deve contribuir para um crescimento da economia mineira de 2%, repetindo o desempenho de 2025. A economia do Estado no próximo ano deve ser sustentada principalmente pela expansão do agronegócio, segundo a Fiemg.
Em 2025, todos os segmentos da indústria registram desaceleração. Os serviços industriais de energia e saneamento devem fechar o ano com incremento de 2,1%; a indústria extrativa cresce 1,9%; a indústria da transformação cresce 1,8% e a construção, 0,1%.
João Gabriel Pio, economista-chefe da Fiemg, disse que o desempenho da indústria será afetado, principalmente pela taxa básica de juros (Selic) ainda alta, e pelo esfriamento do consumo das famílias. Ele observou que a taxa nominal de juros fecha este ano com 15% e taxa real em torno de 10%. A taxa Selic deve se reduzir lentamente no ano que vem, para até 12,5% no fim de 2026, e para 10,5% até o fim de 2027. “Não há setor produtivo que consiga avançar com uma taxa de juros real nesse patamar”, afirmou Pio.
Pio acrescentou que o consumo das famílias tem crescido à base de transferência de renda pelo governo federal. “De setembro de 2021 a setembro de 2025, o governo transferiu R$ 6,7 trilhões. A economia brasileira tem crescido à base de anabolizante, e não do crescimento da produtividade”, afirmou o economista.
O crescimento da economia brasileira deve continuar moderado em 2026, pressionado pelos juros elevados e pelo aumento do risco fiscal. Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, considerou que o arrefecimento da economia reflete o “esgotamento de uma estratégia de crescimento claramente retrógrada, ainda muito apoiada em aumentos de gastos públicos e em políticas de transferência de renda com foco predominantemente no consumo”.
“Estamos no limiar entre dois caminhos. De um lado, a possibilidade de avançar em uma modernização estrutural da economia, capaz de sustentar o desenvolvimento econômico e social. De outro, o risco de permanecer em um cenário de baixo crescimento e de bem-estar limitado”, afirmou Roscoe.
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