Uma cidade planejada para servir como um centro de fabricação de semicondutores na Índia está ganhando forma com a chegada de empresas e investimentos.
A Região Especial de Investimento de Dholera, onde está localizado o projeto conhecido como “Semicon City”, fica a duas horas de carro de Ahmedabad, a maior cidade do estado de Gujarat. O local está sendo desenvolvido por uma entidade de propósito específico criada pelos governos central e estadual.
A primeira fase do desenvolvimento de Dholera começou em 2016, abrangendo 22,5 quilômetros quadrados. Eventualmente, a área total será de 920 quilômetros quadrados, tornando o espaço maior que Cingapura.
Algumas estradas, instalações de abastecimento de água e subestações de energia já foram concluídas. Os planos incluem a construção de moradias, instalações comerciais, centros médicos e escolas.
Um dia, Dholera abrigará 2 milhões de habitantes, afirmou Anurag Tamhankar, gerente assistente de marketing e promoção da Dholera Industrial City Development, a entidade de propósito específico.
A Tata Electronics, subsidiária de semicondutores do conglomerado Tata Group, terá um papel de destaque na “Cidade do Semicondutor”. A empresa investirá até 910 bilhões de rupias (US$ 10 bilhões) para construir a primeira fábrica de semicondutores front-end da Índia, uma instalação que forma circuitos em wafers (placas de silício).
A Tata Electronics firmou uma parceria com a Powerchip Semiconductor Manufacturing Corp. (PSMC), uma importante fundição com sede em Taiwan, para receber suporte tecnológico de produção.
A fábrica, atualmente em construção, terá capacidade para produzir 50 mil wafers por mês e empregará mais de 20 mil pessoas. A previsão é que as operações comecem dentro de dois a três anos. A instalação servirá como um centro nevrálgico para a cadeia de suprimentos de chips da Índia, incluindo empresas que produzem equipamentos e materiais para a fabricação de semicondutores.
O governo indiano aprovou a construção de 10 novas fábricas por fabricantes de semicondutores nacionais e estrangeiros em todo o país. Os investimentos públicos e privados somam 1,6 trilhão de rupias.
As ambições da Índia no setor de semicondutores representam uma oportunidade não apenas para os interesses dos Estados Unidos e da Europa, mas também para as empresas japonesas. A fabricante de ferramentas para semicondutores Tokyo Electron está em parceria com a Tata no treinamento de pessoal e em outras áreas, e planeja abrir um centro de suporte na região de investimentos de Dholera para instalar e fazer a manutenção de equipamentos de fabricação de chips.
O grupo de tecnologia japonês Fujifilm investirá vários bilhões de ienes para iniciar a construção de uma fábrica de materiais para chips no próximo ano fiscal, incluindo produtos químicos usados para remover impurezas.
O crescente número de japoneses que vivem na Índia está gerando demanda para atender às suas necessidades diárias. O Grupo AJU, que presta serviços a esses residentes, inaugurou um restaurante japonês em Dholera em julho.
Um hotel está previsto para ser inaugurado no próximo ano. A AJU busca atender às necessidades de alimentação e hospedagem dos expatriados japoneses, afirmou o diretor da empresa, Prakash Yadav.
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