Considerada a primeira “Chief AI Officer” do mundo, Sol Rashidi abriu caminho para que dados e inteligência artificial (IA) ganhassem protagonismo na tomada de decisões. Com dez patentes registradas, a executiva participou do lançamento do Watson, da IBM, em 2011 — a primeira aplicação de IA corporativa no mundo. A especialista é destaque na programação do Repcom.IA, promovido pela FSB Holding, maior ecossistema de gestão da reputação da América Latina.

Em entrevista, Rashidi destaca que a IA já está transformando profundamente a forma como empresas se relacionam com clientes, colaboradores, investidores e reguladores. “Hoje a mudança já é exponencial e amanhã será ainda mais rápida. Não teremos tempo de testemunhar a evolução, apenas de nos adaptar”, observa. Para ela, o futuro está sendo pavimentado para que haja colaboração entre tecnologia e insight humano. Mas alerta que, se não tivermos cuidado, corremos o risco de automatizar demais e até terceirizar nosso pensamento crítico. “A IA deve expandir o julgamento humano, não o eliminar”, afirma.

“Hoje a mudança já é exponencial e amanhã será ainda mais rápida. Não teremos tempo de testemunhar a evolução, apenas de nos adaptar”

Para Marcelo Diego, sócio–controlador e COO da área privada da FSB Holding, que vai mediar essa apresentação, a inteligência artificial é substancial para o desenvolvimento de empresas em todo mundo, mas exige cuidados. “Diligência é a palavra-chave e, aqui, precisamos de uma liderança que atue como Chief Reputation Officer, integrando governança, ética e mitigação de riscos de IA e zelando ainda mais pela reputação, já que há uma mistura entre o real e o digital em tempo recorde.”

“Sem gestão de transição, qualquer iniciativa de IA tende ao fracasso”

Com uma trajetória que inclui passagens por Oracle, Salesforce, Google Cloud e McKinsey, Avanish Sahai é hoje uma das vozes mais respeitadas em inovação e ecossistemas digitais. Nascido na Índia e criado no Brasil, o executivo construiu carreira internacional conectando visão de produto a estratégias de mercado. Ele fará uma das principais palestras do Repcom.IA.

Para Sahai, o futuro da inteligência artificial depende totalmente de sua integração com a inteligência humana. Ainda que consultorias apontem a substituição de até 25% das atividades profissionais por automação nos próximos anos, ele vê uma transição tecnológica natural, semelhante ao impacto que carros tiveram no transporte ou que softwares de texto trouxeram para escritórios.

“Resistir à adoção de tecnologias digitais será fator negativo, seja for a profissão”

O executivo acredita que o grande desafio é preparar empresas e profissionais para essa convivência, planejando a adoção da IA com muita clareza estratégica, investindo em treinamento e mantendo uma comunicação transparente sobre os processos de mudança. “Sem gestão de transição, qualquer iniciativa tende ao fracasso”, alerta.

Na visão dele, a IA deve ser encarada como ferramenta para liberar tempo e estimular a criatividade, e não como substituta da mente humana. Ele defende também o envolvimento dos dirigentes das empresas na forma como a tecnologia será aplicada, para ajustar eficiência e os impactos sociais. Para ele, curiosidade, capacidade de adaptação, inteligência emocional e, principalmente, competência digital serão fundamentais. “Nem todos precisam ser engenheiros, programadores de IA. Mas necessitam saber como usar dispositivos e ferramentas. Resistir à adoção de tecnologias digitais será fator negativo, seja qual for a profissão”, afirma.

Um evento para conectar empresas com o futuro

Sol Rashidi e Avanish Sahai são expoentes da inteligência artificial e acompanham de perto os avanços que estão redefinindo mercados, empresas e estruturas corporativas. Por isso, participam amanhã (16/10) do Repcom.IA, evento organizado pela FSB Holding — maior ecossistema de gestão da reputação da América Latina — em São Paulo. Com o tema Inteligência Artificial, Reputação Real, o encontro ocorre no Teatro B32 e reunirá CEOs e especialistas, como Roberto Saloutti, CEO do BTG Pactual; Alberto Leite, fundador e CEO da FS Security; Heloisa Callegaro, Managing Partner da McKinsey no Brasil; e Talita Lacerda, CEO da Petlove, em painéis sobre governança, competitividade e inovação, além do futuro do trabalho.