Um júri federal na Flórida condenou nesta terça-feira (23) Ryan Wesley Routh, de 59 anos, pelo atentado contra o presidente Donald Trump enquanto ele estava jogando uma partida de golfe em seu campo em setembro do ano passado.
Routh foi considerado culpado de tentativa de assassinato de um candidato presidencial, agressão a um agente federal e posse ilegal de armas. Ele pode enfrentar a pena máxima de prisão perpétua.
A chefe do Departamento de Justiça dos EUA, Pamela Bondi, afirmou que o veredito “ilustra o compromisso do Departamento de Justiça em punir aqueles que recorrem à violência política”. Segundo ela, “essa tentativa de assassinato não foi apenas um ataque contra o nosso Presidente, mas uma afronta à nossa própria nação”.
O julgamento revelou detalhes do plano de Routh no dia do atentado. Segundo o FBI, o homem montou um “esconderijo de atirador” próximo ao campo de golfe de Trump localizado em West Palm Beach, na Flórida. No local, Routh estava armado com um rifle SKS carregado, munições e placas de aço. O agente do Serviço Secreto Robert Fercano percebeu a ameaça e reagiu com disparos, o que forçou Routh a fugir.
De acordo com os promotores, Routh monitorou os passos de Trump por semanas. Registros de celulares e buscas em contas online mostraram que ele pesquisava sobre comícios do então candidato à Presidência, câmeras de tráfego em Palm Beach e rotas para o Aeroporto Internacional de Miami. Também foram encontradas anotações sobre voos para o México.
O julgamento contou com a presença de testemunhas que relataram a movimentação suspeita de Routh. Uma delas afirmou ter recebido do acusado uma caixa com uma carta manuscrita que dizia: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas lamento muito ter falhado com vocês”. Outra testemunha contou ao júri que seguiu Routh após vê-lo sair do campo de golfe “transtornado e desarrumado” e repassou às autoridades as informações que permitiram sua prisão.
Durante o processo, Routh atuou como seu próprio advogado e chegou a declarar no tribunal que “se a tentativa de assassinato não foi consumada, não é uma tentativa”. O argumento foi rejeitado pelo júri. Segundo informações da CNN, ao ouvir a decisão, Routh tentou se suicidar enfiando uma caneta no pescoço, mas foi contido por agentes.
O diretor do FBI, Kash Patel, classificou a tentativa de assassinato perpetrada por Routh como “um ato repugnante – poucas semanas antes de uma eleição e apenas meses após outra tentativa de assassinato que quase teve sucesso”. O procurador Jason Quiñones, envolvido com o caso, ressaltou que “o que Routh fez foi objetivamente maligno – uma tentativa não apenas de tirar uma vida, mas de roubar dos americanos o direito ao voto”.
A sentença de Routh será definida pelo tribunal em data ainda não anunciada.
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