O grupo terrorista Hamas celebrou nesta sexta-feira (26) o fato de dezenas de delegados, incluindo os do Brasil, terem deixado o salão da Assembleia Geral da ONU em Nova York antes do discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“O boicote ao seu discurso pela maioria das delegações internacionais reflete o crescente isolamento que tem cercado Netanyahu e sua entidade ilegal”, disse o Hamas em um comunicado, usando um termo para indicar o não reconhecimento de Israel pelo grupo terrorista.

Os extremistas afirmaram que a ação também evidencia a “crescente solidariedade global com o direito do povo palestino à autodeterminação e à criação de seu Estado independente”.

“O estabelecimento de um Estado palestino independente, com Jerusalém como sua capital, é um direito inalienável que não será minado pelos crimes do ocupante nem por suas políticas fascistas”, disse o Hamas.

No seu discurso, Netanyahu criticou os dez países, entre eles, Reino Unido, França e Canadá, que no início desta semana reconheceram o Estado palestino, o que elevou para 157 dos 193 Estados integrantes das Nações Unidas o número de nações que manifestam essa posição.

“É como dar à Al-Qaeda um Estado a 1,6 km de Nova York depois do 11 de setembro”, comparou, reafirmando seu argumento (e dos Estados Unidos) de que tal reconhecimento é uma recompensa ao Hamas após os atentados de 7 de outubro de 2023.

O embaixador israelense nas Nações Unidas, Danny Danon, disse ao site JNS que o boicote foi uma ação fomentada pela Autoridade Palestina para que “as câmeras capturassem uma imagem enganosa e encenada de uma saída em massa”.

“Após uma semana repleta de acusações infundadas e de incitações contra Israel, os representantes palestinos nas Nações Unidas estão mais uma vez recorrendo ao teatro”, disse Danon. “Não se trata de atos de diplomacia, mas sim de encenações baratas destinadas a desviar a atenção da verdade.”