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Grandes histórias de 2025 contadas pelas plataformas do Valor | Empresas

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Nas plataformas do Valor, o leitor encontrou as ferramentas para ficar bem-informado e tomar decisões, por meio de notícias em tempo real, sites, vídeos, podcasts, newsletters, cadernos especiais e jornal diário. Com esse conjunto que foi de notícias exclusivas à cobertura analítica, o Valor aposta no jornalismo profissional há 25 anos, completados neste ano, comprometido com a cobertura isenta dos fatos que afetam a economia e a política e, consequentemente, o destino dos brasileiros.

Neste ano, a recondução de Donald Trump à Presidência dos EUA dominou a cobertura e abriu um novo capítulo nas relações internacionais. Ele assumiu seu segundo mandato com a promessa de fortalecer a exploração de combustíveis fósseis, fazer a deportação em massa de estrangeiros ilegais e taxar países “para enriquecer nossos cidadãos”.

Para o Brasil, o impacto maior foi a decisão de Trump de sobretaxar exportações brasileiras em 50%, o que provocou surpresa. Os motivos fugiam da lógica comercial, em especial a alegação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve amplo direito de defesa, seria alvo de perseguição política. Práticas comerciais injustas — apesar do superávit de US$ 410 bilhões em favor dos EUA — e acusação de suposta censura pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a plataformas digitais americanas foram outros motivos invocados. O governo Trump aplicou, ainda, a lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes, acusando o magistrado brasileiro de realizar “prisões arbitrárias” e censura — a decisão foi revogada este mês.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu, dizendo que o Brasil não aceitava tutela. A tensão alimentou disputa política entre apoiadores de Bolsonaro e os que queriam puni-lo pelos atos golpistas, e começou a se desanuviar após encontros entre Trump e Lula. Com as negociações, a lista de produtos brasileiros sobretaxados, que já tinha 700 exceções, foi reduzida em 10 pontos percentuais em novembro, para café, carne bovina e frutas, em meio à inflação alimentar nos EUA. Ao mesmo tempo, Trump se distanciou do tema Bolsonaro.

O julgamento do ex-presidente, porém, continuou quente e mereceu acompanhamento intensivo. Em fevereiro, manchete do Valor informava que Bolsonaro e outras 33 pessoas haviam sido denunciadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe e organização criminosa. Após dez meses, outra manchete anunciava: Moraes declarara o fim do processo da trama golpista e, sem mais recursos cabíveis, Bolsonaro começava a cumprir sua pena, de 27 anos e três meses. Os ex-ministros e generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, e o almirante Almir Garnier também foram condenados. O deputado Alexandre Ramagem fugiu para os EUA.

Neste mês, o julgamento teve mais desdobramentos: a Câmara aprovou o projeto de lei que reduz penas dos condenados por atos golpistas, o “PL da Dosimetria”. Se aprovado no Senado, Bolsonaro pode ter a pena reduzida e passar menos tempo preso. O “PL da Dosimetria” desagradou ao Planalto. Foi mais um conflito do Executivo com o Senado e a Câmara, que neste ano elegeram Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), respectivamente, como seus novos presidentes.

Em discurso por ocasião da sanção da lei que regulamenta a reforma tributária, Lula chegou a destacar o papel do Congresso na aprovação do texto. O governo também obteve vitória com a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 salários-mínimos. A medida, que beneficia 15,5 milhões de contribuintes, é vista como um trunfo do governo para a popularidade de Lula em ano eleitoral. Também aprovou o PL do Devedor Contumaz, que busca fechar o cerco contra empresas que usam a inadimplência fiscal como estratégia.

A Câmara, porém, rejeitou medida provisória alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com a qual o Planalto esperava obter R$ 46,5 bilhões — R$ 31,5 bilhões em arrecadação e economia de R$ 15 bilhões até 2026 — e evitar cortes no orçamento. A tensão entre Poderes se agravou com a indicação por Lula do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ministro do STF, no lugar de Luís Roberto Barroso, que se aposentou. A escolha aborreceu Alcolumbre, que preferia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A cobertura das contas públicas também continuou central em 2025. O Valor mostrou a dramática situação fiscal do governo federal, com dívida pública alta, déficits primários persistentes e despesas crescendo fora do arcabouço fiscal. Enquanto o Congresso instou o Executivo a cortar despesas, uma reportagem revelou que propostas que avançavam no Legislativo podem ter um impacto fiscal de pelo menos R$ 156 bilhões. A crise dos Correios também foi acompanhada com lupa: a estatal acumula 13 trimestres consecutivos de prejuízo e encerrou setembro de 2025 com rombo acumulado no ano de R$ 6 bilhões.

O Valor trouxe à tona, em outubro, outro impasse, desta vez entre o projeto de lei que implica Imposto de Renda para os dividendos e a Lei das S/A, antecipando que empresas iriam correr para pagar dividendos sobre o estoque de lucro para evitar o tributo em 2026. Além disso, antecipou que empresas buscaram flexibilização nas regras do Novo Mercado para pagar esses dividendos sem o desembolso, por meio de ações preferenciais, algo impedido nesse segmento que exige melhores práticas de governança corporativa.

Também mereceram ampla cobertura os chacoalhões no mundo das finanças. No mês passado, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, e o banqueiro Daniel Vorcaro foi preso. O Master já mostrava problemas de liquidez havia pelo menos oito meses, quando anunciou acordo com o Banco de Brasília (BRB), que não se concretizou. Mas foram indícios de fraude de R$ 12, 2 bilhões contra o sistema financeiro que levaram à intervenção pelo BC.

O desfecho para a novela se deu horas após o banco e Vorcaro terem ventilado que a combalida instituição financeira havia recebido proposta de compra liderada pelo grupo Fictor, que contaria também com investidores árabes. A quebra do Master é a maior de um banco no país em termos de impacto para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que terá de honrar R$ 41 bilhões em depósitos garantidos.

Em outra frente, o crime organizado mostrou estar encravado na Faria Lima, em São Paulo. Foram deflagradas três operações contra um esquema envolvendo o PCC. Batizadas de Carbono Oculto, Quasar e Tank, as operações contavam com 400 mandados — 14 de prisão e centenas de busca e apreensão —, em oito Estados. Foi revelado que o PCC usava o setor de combustíveis e empresas do setor financeiro para lavar dinheiro do narcotráfico, com recursos calculados em R$ 140 bilhões. A Reag Investimentos — hoje Arandu Investimentos — foi uma das que tiveram mandados de busca e apreensão. A investigação apontou que 11 fundos ligados à Reag teriam sido usados para adquirir e ocultar bens.

A Carbono Oculto levantou o debate sobre fragilidades no sistema financeiro e do mercado de capitais, e aumentou a pressão para que as fintechs passem a ser reguladas pelo Banco Central.

Outra operação mirou o Grupo Refit — ligado à distribuição e comercialização de combustíveis —, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo. O objetivo foi desarticular o esquema que causou prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.

Um escândalo envolveu, ainda, as varejistas Ultrafarma e FastShop, quando o Ministério Público de São Paulo abriu investigação para desarticular suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 1 bilhão em propinas.

Em abril foi revelado também o “escândalo do INSS”. Descontos não autorizados em aposentadorias e pensões de beneficiários causaram um prejuízo calculado em R$ 6,3 bilhões. A investigação levou à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e à instalação de uma CPMI no Congresso.

Em outubro, a operação Contenção tornou-se a mais letal na história da polícia fluminense ao deixar 122 mortos, incluindo 5 policiais. Cerca de 2,5 mil agentes entraram nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte do Rio, com cem mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho. No dia seguinte, as imagens mostravam fileiras de corpos recolhidos pelos moradores. A operação reacendeu a disputa entre governo e oposição em torno do combate à violência urbana, grande preocupação do brasileiro, segundo pesquisas de opinião.

Os governistas defendem a PEC da Segurança, que confere status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e prevê a ampliação das atribuições da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Também destacam a Lei Antifacção, que estabelece um marco legal de combate ao crime organizado. A oposição, incluindo governadores, diz que a PEC é uma tentativa do governo federal de interferir nos Estados e defende outros projetos, que equiparam facções criminosas a grupos terroristas, por exemplo.

A coluna Pergunte aos Dados mostrou que o episódio interrompeu tendência de queda no índice de letalidade policial no Rio, que diminuiu de 1.356 para 703 mortes por agentes policiais entre 2021 e 2024 — e aumentou o interesse pelo governador Cláudio Castro, cujo índice de procura no Google aumentou de 4 para 70 pontos, numa escala de cem pontos, em apenas um mês.

No mundo dos negócios, leitores da Globo Rural acompanharam em detalhes a criação de uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a MBRF Global Foods Company. Com presença em 117 países e receita de R$ 152 bilhões, ela é resultado da fusão entre a Marfrig e a BRF.

Em 2025, o Ibovespa também chegou a ultrapassar a marca dos 160 mil pontos e acumulou valorização próxima de 30% em ano marcado por recordes nas bolsas mundo afora. O apetite global por diversificação contribuiu para um fluxo adicional para ações brasileiras, que começaram o ano em níveis muito descontados. Mesmo em ambiente de juros elevados, a solidez dos resultados das empresas ajudou a impulsionar a bolsa.

O Brasil viu, ainda, um grande volume de leilões, que somaram R$ 160 bilhões em investimentos em infraestrutura, parcerias público-privadas e concessões. Os destaques ficaram para as áreas de rodovias e saneamento.

O Pipeline, site de negócios do Valor, trouxe várias histórias exclusivas, como a do pedido de recuperação da Ambipar. Com dívidas bilionárias e crise de governança, que geraram incertezas, a multinacional brasileira de gestão ambiental tenta reestruturar suas operações de resposta a emergências e serviços ambientais. Também antecipou a capitalização na Cosan, ancorada pelo BTG, para levantar R$ 10 bilhões.

Nesse ambiente de juros altos e incertezas, o Valor Investe trouxe orientações para os investidores. No mês passado, mostrou que os fundos de debêntures incentivadas levaram um tombo e assustaram os cotistas. Os gestores buscam acalmar os ânimos, mas alertaram que apesar do CDI no nome, esses produtos oscilam mais que os demais investimentos de renda fixa e que não são aconselhados a todos.

Em 2025, o Valor também fez cobertura completa da COP 30. A Conferência do Clima começou em novembro, sob tensão em torno de temas como comércio global, cooperação internacional e emissão de gases-estufa. Terminou com a aprovação de 29 textos negociados durante duas semanas, mas sem incluir a rota de transição dos combustíveis fósseis e deter o desmatamento, o que frustrou expectativas. Ficou a sensação de que esta foi a COP da adaptação às mudanças climáticas. O Brasil, que assumiu a presidência da COP em março, falhou em infraestrutura. Um incêndio atingiu a cobertura de uma das áreas, a Zona Azul. Além da COP, o Brasil exerceu neste ano a presidência dos Brics.

Na cena internacional, a guerra entre Israel e Hamas atraiu os EUA para o conflito. Após a degradação de suas forças, o Hamas aderiu ao plano de paz proposto por Trump que resultou na devolução de mais de 250 reféns tomados pelo grupo terrorista no ataque de 7 de outubro de 2023 — que deu origem à atual guerra. Hoje, as partes discutem a fase seguinte da trégua. Em outro front, proposta de cessar-fogo da Casa Branca ecoa exigências de Moscou para que a Ucrânia ceda parte do território e renuncie às pretensões de unir-se à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A guerra foi tema de reportagens de enviado especial do Valor à Ucrânia.

Em Roma, outra notícia triste: morreu o papa Francisco, após 12 anos à frente da Igreja Católica, em 21 de abril. Reformista, mostrou preocupação com a mudança climática. Esbanjava carisma, mas desagrava ao clero mais conservador. Seu sucessor, o americano Robert Francis Prevost, não constava na lista dos principais candidatos, mas foi considerado alternativa capaz de agradar a progressistas e a tradicionalistas. Eleito em maio, assumiu o nome de Leão XIV. É o primeiro agostiniano a virar pontífice. Cabe a ele apaziguar diferenças existentes no rebanho de 1,4 bilhão de católicos do mundo.

Em 2025, o Valor continuou a enfatizar a diversidade. Publicou, por exemplo, reportagem especial em que entrevistou mulheres que estão à frente da Secretaria da Fazenda em capitais, e que administram orçamento de R$ 86,2 bilhões. Também trouxe histórias que demonstram como personagens LGBTQIA+ e artistas que se identificam como membros dessa população conquistam espaço nas artes. Já outra reportagem destacou o Movimento de Equidade Racial, que reúne 60 empresas e já formou mais de 2,5 mil novas lideranças negras.

O ano também foi de celebrações. O Grupo Globo chegou a seu centenário, marcado por uma série de datas importantes. Em julho, o Valor narrou, em páginas especiais, a criação do jornal O Globo, que completou cem anos e foi a semente do maior grupo de comunicação do país. Com fotos históricas, o material ressaltou a trajetória de Irineu Marinho, que fundou o jornal em julho de 1925, e de Roberto Marinho, que assumiu a condução do diário poucos anos depois, expandindo o alcance do grupo para áreas que hoje incluem mídia impressa, TV, rádio, internet e streaming.

O Valor trouxe material especial dos 60 anos da TV Globo, celebrados em abril, e dos dez anos do Globoplay, em novembro. Em março, “Ainda estou aqui”, original Globoplay dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, tornando-se a primeira produção brasileira a ganhar a estatueta.

Duas edições especiais marcaram os 25 anos do Valor, lançado em 2 de maio de 2000. A primeira, com quase 200 páginas, trouxe reportagens especiais em praticamente todas as áreas de cobertura. Um dos destaques foi a série audiovisual “Diálogos”, com convidados discutindo temas contemporâneos. No dia do aniversário, como presente ao leitor, o jornal foi desenhado inteiramente ao estilo moderno do Eu&, caderno de cultura e ideias. O conteúdo trouxe reportagens aprofundadas, perfis, análises e colunas especiais.

Principal tendência tecnológica, a inteligência artificial foi alvo de cobertura atenta a todos os seus aspectos — de benefícios e riscos até regulação e direitos autorais. Em entrevista ao Valor, o historiador israelense Yuval Harari disse que a IA terá impacto maior que o da revolução industrial e ameaça destruir a democracia. A futurista Amy Webb previu a “inteligência viva”, amálgama entre IA, robôs e material biológico no festival de inovação SXSW, nos EUA, que foi foco de uma das coberturas internacionais do Valor neste ano.

A necessidade de instalações para abrigar a infraestrutura de alto desempenho por causa de IA levou o mercado brasileiro a se preparar para receber investimentos em “data centers” que poderão somar R$ 100 bilhões até 2029.

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