O governo dos EUA ordenou que suas forças militares se concentrem quase exclusivamente na aplicação do bloqueio à Venezuela e ao petróleo sancionado pelos próximos dois meses, afirma a agência Reuters em reportagem publicada nesta quarta-feira.
Citando um funcionário do governo americano, a reportagem destaca que, embora ainda existam opções militares, o foco do governo do presidente americano, Donald Trump, é, em um primeiro momento, usar a pressão econômica por meio da aplicação de sanções.
A declaração pode reduzir a perspectiva imediata de ataques terrestres dos EUA contra a Venezuela, que o presidente, Donald Trump, repetidamente afirmou que poderiam ocorrer.
“Os esforços até agora exerceram enorme pressão sobre [o líder venezuelano Nicolás] Maduro, e a expectativa é que, até o final de janeiro, a Venezuela enfrente uma calamidade econômica, a menos que aceite fazer concessões significativas aos EUA”, acrescentou o funcionário.
No início deste mês, Trump ordenou um “bloqueio” de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, na mais recente iniciativa de Washington para aumentar a pressão sobre Maduro.
Segundo reportagem, também da agência Reuters, fontes afirmam que a Guarda Costeira americana aguarda a chegada de forças adicionais antes de tentar abordar e apreender um petroleiro ligado à Venezuela que vem perseguindo desde domingo.
A embarcação, que grupos marítimos identificaram como Bella 1, recusou-se a ser abordada pela Guarda Costeira. Isso significa que a tarefa provavelmente ficará a cargo de uma de apenas duas equipes especializadas — conhecidas como Maritime Security Response Teams — que podem abordar navios nessas circunstâncias, inclusive descendo de helicópteros por rapel.
A perseguição, que já dura vários dias, evidencia o descompasso entre o desejo do governo Trump de apreender petroleiros sancionados nas proximidades da Venezuela e os recursos limitados da agência que conduz principalmente essas operações, a Guarda Costeira.
Diferentemente da Marinha dos EUA, a Guarda Costeira pode realizar ações de aplicação da lei, incluindo a abordagem e a apreensão de embarcações que estejam sob sanções dos EUA.
Nas últimas semanas, a Guarda Costeira apreendeu dois petroleiros perto da Venezuela. Após a primeira apreensão, em 10 de dezembro, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, publicou um vídeo de 45 segundos mostrando dois helicópteros se aproximando de uma embarcação e indivíduos armados, camuflados, descendo por rapel sobre ela.
A campanha de pressão de Trump sobre Maduro também inclui um aumento da presença militar na região e mais de duas dúzias de ataques militares a embarcações que supostamente traficam drogas no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe, perto da nação sul-americana. Pelo menos 100 pessoas foram mortas nos ataques.
Perguntado se o objetivo era forçar Maduro a deixar o poder, Trump disse a repórteres na segunda-feira: “Bem, acho que provavelmente sim. Isso depende do que ele quer fazer. Acho que seria inteligente da parte dele fazer isso. Mas, novamente, nós vamos descobrir”
Maduro, por sua vez, alega que os EUA têm como objetivo derrubá-lo e assumir o controle dos recursos petrolíferos do país, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo.
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