O governo dos Estados Unidos firmou nesta sexta-feira (10) um acordo com o Catar para a construção de uma instalação da Força Aérea do emirado no estado de Idaho. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, durante coletiva no Pentágono ao lado do ministro da Defesa do Catar, xeque Saoud bin Abdulrahman Al Thani.

“Hoje estamos assinando uma carta de aceitação para construir uma instalação da Força Aérea do Catar na Base Aérea de Mountain Home, em Idaho”, declarou Hegseth. Segundo ele, o local “abrigará um contingente de caças F-15 e pilotos cataris para aprimorar nosso treinamento conjunto, aumentar a letalidade e a interoperabilidade”. O secretário completou: “É apenas mais um exemplo de nossa parceria. E espero, excelência, que saiba que pode contar conosco.”

De acordo com o Jerusalem Post e a CBS News, o acordo foi formalizado dentro de um pacote de cooperação militar definido pelo presidente Donald Trump, que assinou no fim de setembro uma ordem executiva reforçando o compromisso americano com a segurança do Catar. O documento estabelece que “os Estados Unidos deverão considerar qualquer ataque armado contra o território, soberania ou infraestrutura crítica do Estado do Catar como uma ameaça à paz e à segurança dos Estados Unidos.”

O Catar já abriga a Base Aérea de Al Udeid, a maior instalação militar americana no Oriente Médio. A nova unidade em Idaho, contudo, marca a primeira presença física de militares do país árabe em território norte-americano. A CBS observou que não se trata de uma base estrangeira propriamente dita, mas de uma instalação conjunta de treinamento – modelo semelhante ao utilizado pela Força Aérea de Singapura na mesma base.

O secretário Hegseth também destacou o papel de Doha na mediação do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas, afirmando que o Catar teve uma “participação substancial” nas negociações reconhecida por outras autoridades do governo americano.

O estreitamento das relações entre Washington e Doha ocorre em meio à crescente cooperação militar e diplomática após o episódio de um ataque israelense em Doha, que levou Trump a emitir a garantia formal de proteção.