O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembolsou R$ 1,53 bilhão dos cofres públicos em emendas parlamentares ao longo da semana que incluiu o feriado de Natal. O volume coloca o período como o sétimo maior em pagamentos de emendas registrado em 2025, segundo dados do Orçamento.
Com esse repasse, o total pago pelo Executivo federal em emendas neste ano alcançou R$ 30,2 bilhões. Além disso, apenas na última semana, o governo empenhou outros R$ 2,6 bilhões, elevando para R$ 44,7 bilhões o montante já comprometido — o equivalente a 92% dos R$ 48,5 bilhões previstos para emendas parlamentares no Orçamento de 2025.
As emendas parlamentares são recursos do Orçamento da União cuja execução ocorre conforme indicação de deputados e senadores, direcionados principalmente a obras e projetos em estados e municípios. Nos últimos anos, esse tipo de despesa ganhou peso crescente no Orçamento federal e se tornou foco de disputas entre os Três Poderes. Enquanto o Congresso busca ampliar sua participação na destinação dos recursos, o Supremo Tribunal Federal tem suspendido pagamentos sob o argumento de falta de transparência.
Do total pago na semana do Natal, a maior fatia — 55% — foi destinada às emendas de bancadas estaduais, que têm execução obrigatória. Esse grupo recebeu R$ 831 milhões. As emendas de comissão, cuja liberação é facultativa, somaram R$ 416 milhões, correspondendo a 27% do total. Já as emendas individuais responderam por R$ 270 milhões, ou 18% dos pagamentos realizados no período.
Entre os parlamentares, deputados federais concentraram a maior parte dos valores pagos na semana, com R$ 500 milhões referentes a emendas individuais e de comissão. Os senadores receberam R$ 186 milhões em pagamentos relativos às indicações feitas por eles.
Apesar de ainda haver R$ 99,5 milhões disponíveis em emendas Pix — modalidade de emenda individual que permite a transferência direta de recursos a estados e municípios, sem indicação prévia de finalidade —, não houve liberação desse tipo de verba durante a semana do Natal.
Além das emendas do exercício atual, o governo também quitou despesas classificadas como restos a pagar, referentes a anos anteriores. Até o dia 27 de dezembro, já haviam sido pagos R$ 13 bilhões nessa categoria, sendo mais da metade relativa a emendas de 2024. Na semana do Natal, os pagamentos de restos a pagar somaram R$ 84 milhões. No processo orçamentário, o empenho representa o momento em que o governo assume o compromisso de realizar uma despesa, sem que isso implique pagamento imediato.
A liquidação ocorre quando o serviço é prestado ou a obra é entregue, e o pagamento é feito apenas após essa etapa. Caso não haja novos desembolsos de emendas de 2025, os R$ 14,5 bilhões já empenhados deverão ser reclassificados como restos a pagar, a serem quitados nos próximos anos.
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