Início Brasil Gleisi “vai meter a faca” em indicados que votaram contra o governo

Gleisi “vai meter a faca” em indicados que votaram contra o governo

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, vai “meter a faca” em indicados do centrão que os partidos vêm votando contra na casa. Na semana passada, o governo sofreu uma das mais duras derrotas ao ver os parlamentares derrubarem a “MP da Taxação”, que aumentaria alguns tributos para fazer caixa e fechar as contas de 2026.

A medida provisória 1.303/25 teve um requerimento de retirada de pauta aprovado por 251 votos a 193 contra, o que fez com que nem mesmo o mérito do texto fosse analisado pelos deputados.

“A Gleisi disse que vai meter a faca. […] A ministra Gleisi me disse com todas as letras: eu não vou discutir, eu vou fazer. Eu já tenho notícias de que mandou tirar; já recebi telefonemas”, disse Guimarães ao podcast As Cunhãs, publicado neste final de semana.

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Segundo Guimarães, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi certeiro ao pedir que Gleisi “agilize e mexa no vespeiro da Caixa Econômica Federal”, que tem diretorias e superintendências loteadas a partidos do centrão, como PP, PL, PDT, Republicanos e Podemos, além do próprio PT e da Rede, de esquerda. Entre eles está o próprio presidente do banco, Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“O cara é competente, o Lula gosta dele, mas…”, pontuou o líder.

José Guimarães diz que todas as nove vice-presidências da Caixa e superintendências estaduais estão ocupadas a partir de indicações políticas, e que elas devem entrar na mira da ministra – exceto a de Inês Magalhães, do Minha Casa Minha Vida, que é da cota pessoal do presidente.

Ainda segundo o líder do governo no Congresso, a prioridade agora será aprovar o Orçamento de 2026 e mais três projetos prioritários, mas sem citar quais são eles. Depois disso, afirma, entrará em uma “nova fase” no “modo eleições”.

“O governo, na minha opinião, não tem que inventar muita coisa para ir ao Congresso; pouca coisa para não ter problema. Votar o orçamento, três projetos importantes, e ligar o modo eleições 2026”, completou.

E seguiu sinalizando que Lula não apoiará candidatos em 2026 que tenham votado contra o governo neste ano. “Fazem isso só para atrapalhar o Lula. O Lula tem dito: ‘quero ver na campanha essas pessoas pedirem apoio pra mim’”, emendou.

Na semana passada, após a derrota do governo, Lula afirmou que os deputados votaram contra o povo brasileiro, “contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária”.

“O que está por trás dessa decisão é a aposta de que o país vai arrecadar menos para limitar as políticas públicas e os programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros. É jogar contra o Brasil”, afirmou. Há a expectativa de que Lula reúna a tropa de choque do governo nesta quarta (15) para decidir como reagirá à derrota e propor alternativas de aumento da arrecadação.

Inicialmente, a arrecadação era estimada em R$ 35 bilhões, mas caiu para R$ 17 bilhões após as mudanças no texto. A MP era considerada essencial pelo governo para fechar as contas públicas no ano que vem.

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