O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retomou os ataques à Operação Lava Jato, desencadeada na década passada e que descobriu um grande esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e agentes públicos. O magistrado vem reiterando críticas à ação nos últimos anos e já a chamou de “verdadeira organização criminosa”.
Os ataques de Gilmar ocorreram na sessão do STF na tarde de quarta (15) e fizeram o colega Luiz Fux deixar o plenário em meio ao voto do ministro.
“O principal exemplo de desvio flagrantemente ilegal de recursos que deveria servir à recomposição de danos de atos ilícitos é, sem dúvida, o que se observou no âmbito da tal Operação Lava Jato, em que foram verificadas até mesmo tentativa de apropriação de verbas bilionários com criação de fundos que seriam administrados pelos procuradores de Curitiba”, afirmou o magistrado durante a leitura do voto de um processo sobre valores obtidos através de condenações em ações públicas na Justiça do Trabalho não serem destinados a um fundo específico, como prevê a legislação.
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Gilmar Mendes fez as críticas lendo mensagens trocadas entre integrantes do Ministério Público Federal e acusou os procuradores de “cretinos”. Incomodado com o tom e o desvio de assunto, Fux, que já havia discutido com o colega minutos antes, segundo informações de bastidores, levantou-se e deixou a sala sem retornar até o fim da sessão.
O magistrado seguiu nos ataques e ironizou o comportamento dos procuradores da Lava Jato, afirmando que o Brasil “produziu, nesse período de Lava Jato e quejandos — e é uma singularidade brasileira, uma jabuticaba — um tipo de combatente, ministro Zanin, de corrupção que gosta muito de dinheiro”.
“É uma singularidade”, disse.
O ministro comparou a gestão dos recursos da Lava Jato a outras tentativas de direcionar valores públicos de forma indevida, afirmando que a operação teria tentado se apropriar de recursos bilionários sem respaldo legal. Ele voltou a citar o caso do fundo que seria administrado pelos procuradores de Curitiba, criado com verbas devolvidas pela Petrobras.
No auge das críticas, Gilmar acusou os integrantes da operação de articulações internacionais para compartilhar provas de forma ilegal. Ele mencionou até mesmo a “entrega de provas em saco de supermercado”.
O ministro também atacou o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chamando sua gestão de “triste memória”.
Em meados do ano passado, durante uma entrevista à TV Brasil, Gilmar Mendes afirmou que a Operação Lava Jato violou princípios ao supostamente se envolver em irregularidades.
“Na verdade, a Lava Jato terminou como uma verdadeira organização criminosa, ela envolveu-se em uma série de abusos de autoridades, desvio de dinheiro, violação de uma série de princípios e tudo isso é de todo lamentável”, disparou.
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