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Futuro dos serviços financeiros envolve IA, computação quântica e identidade digital, diz Febraban | Finanças

Inteligência artificial para o desenvolvimento de software (SDLC), agentes de IA, computação quântica e identidade digital são os pilares para a próxima geração de serviços financeiros, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade elaborou um relatório em parceria com a Accenture para entender como as novas tecnologias estão movimentando o setor.

O estudo mostra que a IA já é uma realidade no setor e, quando aplicada ao desenvolvimento de software, proporciona ganhos de produtividade acima de 20%.

Segundo o relatório, modelos de IA generativa são aplicados na geração de requisitos, criação de códigos, execução de testes, produção de documentação e manutenção de sistemas. Essas aplicações podem reduzir o tempo de desenvolvimento, elevar a produtividade das equipes e melhorar a qualidade dos sistemas entregues, ao mesmo tempo em que exigem atenção a governança, dados e infraestrutura.

Essa evolução da IA no desenvolvimento de software, aponta o documento, sinaliza uma “mudança de paradigma”. “O desenvolvimento de software, antes estruturado em etapas fixas e fortemente baseado nas relações humanas, começa a se apoiar em modelos com IA assumindo parte dessas etapas até então executadas por humanos.”

O estudo aponta que as principais aplicações de IA em desenvolvimento de software estão nas etapas de especificação e design, codificação e testes, entrada em produção, sustentação — como analisar documentos e incidentes — e operação. Segundo o documento, a IA tem viabilizado inclusive a modernização de sistemas legados.

O relatório destaca ainda os agentes autônomos de IA como uma nova onda tecnológica. Esses agentes são capazes de executar tarefas de ponta a ponta com autonomia, agindo com base em objetivos definidos e no contexto.

O documento ressalta que não se trata de uma tecnologia concorrente à IA generativa, já que esta serve como cérebro dos agentes, fornecendo capacidade de raciocínio avançado para interpretar dados complexos, planejar ações e decidir quais ferramentas utilizar. “O agente é a arquitetura que age, e a GenAI é a inteligência que guia a ação”, explica.

Conforme os agentes evoluem, cresce também a necessidade de coordenação entre eles, como nos sistemas compostos por múltiplos agentes. “Diversos modelos têm abordado essa coordenação de maneiras distintas. Em geral, os modelos recomendam receber um objetivo de alto nível, decompor esse objetivo em subtarefas mais gerenciáveis e atribuir a execução a agentes especializados, que operam de forma distribuída e, muitas vezes, em paralelo”, descreve.

O relatório também aborda a computação quântica e suas vantagens em relação à computação clássica. Em vez de bits, que representam informações como 0 ou 1, a unidade fundamental da quântica é o qubit, que permite a superposição desses dois estados simultaneamente.

“Os computadores quânticos são capazes de resolver alguns problemas complexos até então intratáveis para computadores clássicos por aplicarem alguns princípios fundamentais da mecânica quântica em seu funcionamento probabilístico, aumentando expressivamente o poder de processamento paralelo”, diz.

Segundo o relatório, no último ano houve “expressivos avanços” em chips e algoritmos quânticos, o que pode acelerar futuras inovações. A computação quântica deverá ser usada em modelagem de risco, detecção de fraudes e otimização de portfólios. A Febraban afirma que alguns bancos globais já testaram infraestrutura quântica para mitigar futuras ameaças cibernéticas.

O documento também destaca a identidade digital como elemento central para garantir segurança, confiança e conveniência nas interações entre clientes e bancos. A identidade digital é a representação eletrônica de uma entidade que permite autenticá-la, identificá-la e autorizá-la a realizar ações em ambientes digitais. Ela pode incluir desde dados simples — como nome e CPF — até credenciais mais complexas, como biometrias faciais, chaves públicas, certificados digitais e atributos comportamentais.

“No setor bancário, ela [identidade digital] exerce a função crítica de identificar quem está abrindo uma conta, autorizando um pagamento ou consultando dados sensíveis — substituindo ou complementando os documentos físicos tradicionais”, diz a pesquisa.

O documento também aponta para o surgimento da identidade digital integrada, definida como um conjunto de atributos e credenciais capturados e armazenados digitalmente, vinculados a um identificador único. Essa estrutura permite identificar uma pessoa ou entidade e facilitar transações seguras no ambiente digital.

No setor bancário, ela ainda pode incluir dados adicionais, como histórico de transações, comportamento online, preferências e identificadores de dispositivo. “A identidade digital integrada surge para consolidar todos os dados de identificação em um perfil único, confiável e reutilizável ao longo de toda a jornada do cliente bancário — do onboarding à autenticação contínua e autorizações de transações.”

O relatório foi elaborado a partir de visitas a grandes empresas de tecnologia, startups e bancos, além de sessões em grupo e levantamento de pesquisas anteriores.

A entidade também disse ser acertada a decisão do Banco Central de não regular, por ora, o Pix parcelado. A Febraban apontou que o produto já é, atualmente, oferecido por diversas instituições financeiras, em modelos que vêm sendo aprimorados continuamente.

“As instituições estão em plena fase de evolução das soluções de Pix Parcelado, especialmente no que diz respeito à experiência do usuário, usabilidade, transparência e segurança. Trata-se de um produto cujos padrões e práticas ainda estão sendo consolidados pelo mercado, o que torna adequada a decisão do regulador de acompanhar de perto o desenvolvimento natural das ofertas antes de criar obrigações adicionais”, disse a entidade em nota.

Para a Febraban, a postura do BC permite que as instituições financeiras continuem inovando e ajustando seus modelos com agilidade, garantindo que o produto alcance sua maturidade de forma responsável, competitiva e com benefícios tangíveis para consumidores e estabelecimentos. “O Pix Parcelado é mais um exemplo da capacidade do sistema financeiro nacional de desenvolver soluções modernas, inclusivas e alinhadas às novas demandas da sociedade”, afirmou, acrescentando que seguirá colaborando com o regulador e todo o ecossistema.

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