O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou nesta sexta-feira (7) o resultado do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “farsa em que já se sabe o resultado final antes mesmo de o processo começar”. O parlamentar considera que o ministro Alexandre de Moraes conduz “uma vingança pessoal” contra seu pai.

“Trata-se de uma vingança pessoal e insana, sem nenhuma justificativa. Se fosse com o ex-presidente [Michel] Temer, ele jamais faria o que está fazendo com Bolsonaro. É público e notório que Bolsonaro precisa de cuidados médicos permanentes e, às vezes, imediatos”, disse Flávio em entrevista à CNN Brasil. Temer indicou Moraes ao STF em 2017.

“Como todos sabem disso, inclusive o ditador, só posso concluir que ele quer que Bolsonaro morra”, acrescentou. Nas redes sociais, o senador compartilhou uma foto do pai com a legenda: “Condenar o maior líder da direita na mão grande, num processo ilegal em que as provas atestam a sua inocência, é o sepultamento da democracia”.

Mais cedo, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, o recurso de Bolsonaro contra a condenação por suposta tentativa de golpe de Estado. Moraes, relator do caso, rebateu todas as acusações da defesa e votou para negar os embargos de declaração, espécie de recurso possível nessa etapa do processo.

Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam o entendimento do relator. O ministro Luiz Fux, único a defender a absolvição de Bolsonaro no julgamento, não participou do julgamento, pois pediu transferência para a Segunda Turma.

A análise dos embargos de declaração é uma das últimas fases processuais antes do cumprimento da pena. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, em regime inicial fechado, além do pagamento de 124 dias-multa (cada dia-multa no valor de dois salários mínimos à época dos fatos).