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Fiz um jogo que reflete a solidão na era das redes, diz autor de games Hideo Kojima | Eu &

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O lendário criador de games Hideo Kojima disse durante coletiva de imprensa no Brasil Game Show (BGS) 2025 que seus últimos jogos tentaram refletir a solidão na era da hiperconectividade das redes.

“O ponto de partida dessa ideia é que hoje em dia é tudo online, então não é possível ficar sozinho com o mundo inteiro ali. Mesmo com toda essa conexão, existe solidão”, afirmou o diretor das franquias Metal Gear e Death Stranding.

Kojima disse que os jogos desde sempre colocaram a luta como forma de conexão, mas ele queria fazer algo diferente. “Queria trazer uma relação que fosse além disso. Uma conexão mais indireta, que não fosse sempre lutar.”

Provavelmente o mais famoso nome da indústria de jogos atualmente, Kojima se notabilizou por aproximar a narrativa desta mídia digital ao cinema. Com Metal Gear Solid, jogo de 1999, ele entregou uma história de espionagem cheia de reviravoltas no estilo 007. A jogabilidade, por sua vez, tinha a furtividade como ponto central, colocando o jogador para se esgueirar por entre os inimigos em vez de focar no combate direto.

As cutscenes (cenas que passam entre os trechos jogáveis) dos jogos de Kojima se notabilizaram por serem longas e repletas de diálogos, refletindo esse cuidado com a narrativa.

Em seus últimos dois jogos, desenvolvidos em estúdio próprio depois de décadas na Konami, Kojima quis inovar mais uma vez. Agora com um game que coloca o jogador para fazer entregas e conectar um mundo pós apocalíptico. Este estilo foi batizado pelo próprio diretor como “strand type game” (jogo de ligações).

O primeiro Death Stranding, com essa proposta mais contemplativa, teve uma recepção mista, sendo aclamado pela crítica, porém dividindo a comunidade gamer. O segundo, lançado este ano e que traz mais sequências de ação, agradou a maioria dos jogadores mesmo com a maior parte da jogabilidade ainda focada no sistema de entregas.

Kojima falou que a sequência serviu para desenvolver este novo estilo de jogo e trouxe uma galeria de personagens maior, mas sem abandonar a sensação de isolamento passada por um mundo vasto e cheio de espaços “vazios”.

“O segundo jogo continua carregando a solidão, mas o Sam [o protagonista] tem o DHV Magelan, navio em que ele encontrará companheiros”, destaca. “Na vida real, você trabalha e sustenta a sua família, e aí chega em casa e seus filhos estão relaxados. Mesmo dentro da família este é um momento de solidão e eu queria descrever isso nesse jogo.”

Na época de seu lançamento na última semana de junho, Death Stranding 2 vendeu 1,4 milhão de cópias, de acordo com dados da Ampere Analysis divulgados pelo The Game Business. O jogo foi lançado por R$ 350 na loja oficial do Playstation.

Visitando o Brasil pela segunda vez, a última foi em 2017 também na BGS, Kojima disse que se surpreendeu em ter tantos fãs brasileiros. A multidão que veio ao evento gritou seu nome na abertura e as 200 reservas para participar da sessão de fotos com o diretor se esgotaram já na fila horas antes da BGS começar.

Kojima admitiu que recebeu diversos outros convites para participar de eventos no Brasil desde 2017, mas explicou que o desenvolvimento de Death Stranding (lançado em 2019) e a pandemia de covid-19 atrasaram os planos de voltar para cá.

A pandemia, inclusive, teria sido responsável por mudanças criativas que o diretor fez em Death Stranding 2. “A realidade do mundo e o jogo não podem ser cortados. O próprio jogador joga com influência do que está ocorrendo no mundo inteiro. O mesmo ocorre quando assistimos um filme antigo. Dependendo de quando a gente assiste, dependendo da situação atual, o sentimento pode parecer diferente.”

Ele também lembrou de como sua experiência pessoal moldou o produto final que entregou aos gamers. “Eu fiquei doente na pandemia. Doente na solidão. E mesmo assim tive que desenvolver o jogo”, lembra. “Eu pensava: para onde o mundo vai?”

De acordo com Kojima, o questionamento “nós deveríamos ter nos conectado?”, que aparece desde os primeiros trailers de Death Stranding 2, não tem exatamente uma resposta positiva em sua obra.

“Conexão pode ser positiva, mas eu fui muito influenciado pelo covid e isso afetou na criação de jogo. A minha mensagem é que conexão demais também não é bom”, admitiu.

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