O Ministério Público de Tarija, na Bolívia, apresentou nesta terça-feira (21) a acusação formal contra o ex-presidente Evo Morales pelo crime de tráfico qualificado de pessoas. A medida marca uma nova etapa no processo penal que se arrasta há mais de um ano e pode levar Morales a julgamento ainda este ano, após decisão do juiz responsável pelo caso.
A procuradora departamental de Tarija, Sandra Gutiérrez, afirmou que a acusação foi resultado de uma análise “minuciosa” das provas e relatórios reunidos durante a fase preparatória.
“Vamos aguardar o que estabelece o procedimento penal para que, uma vez que o juiz analise tudo isso, ele tenha que encaminhar ao tribunal correspondente para que marque o dia e a hora para que o julgamento oral seja realizado”, disse em entrevista coletiva.
Segundo Gutiérrez, a investigação teve início “no final de setembro do ano passado” e “culmina hoje com uma acusação formal”. O caso se baseia em denúncias de que Morales teria mantido uma relação com uma menor de idade em 2016, enquanto ainda ocupava a Presidência da Bolívia, fato que motivou a Justiça a enquadrá-lo no crime de tráfico agravado de pessoas.
Em outubro do ano passado, a mesma procuradora havia emitido um mandado de prisão contra o ex-presidente, medida confirmada por um tribunal de Tarija. Desde então, Evo Morales evita deixar o Trópico de Cochabamba, região que concentra seus principais apoiadores e sindicatos cocaleros, onde permanece sob proteção de seus aliados.
No início deste ano, um tribunal declarou Morales em rebeldia após ele faltar a duas audiências, alegando problemas de saúde. A ausência reforçou a percepção de que o ex-presidente tenta protelar o processo. O Ministério Público boliviano agora aguarda a definição da data do julgamento oral, etapa que pode decidir o futuro político e judicial do líder do Movimento ao Socialismo (MAS).
Durante as investigações, manifestações e bloqueios de rodovias foram organizados por seus seguidores em diversas regiões do país para impedir uma eventual prisão. Apesar disso, o Ministério Público manteve a acusação e reiterou que o caso seguirá “conforme os trâmites legais” até o veredito final.
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