Os Estúdios Globo chegam aos 30 anos apostando nas “diversidades”. Em evento nesta quinta-feira (2), executivos, autores e diretores debateram o uso da tecnologia ao longo da trajetória de três décadas dos Estúdios Globo, situados na zona Oeste do Rio de Janeiro.
Amauri Soares, diretor-geral dos Estúdios Globo, ressalta que a diversidade hoje é vista de várias formas na produção audiovisual da emissora. Ele afirma que atualmente estão em produção no local obras de diversos gêneros narrativos, como novelas, séries, musicais, humor, filmes e programas de variedades. “Produzimos conteúdo para nossas plataformas em todos os gêneros. Expandimos a diversidade de gêneros narrativos”, diz Soares.
A diversidade, acrescenta, passa também pelas diferenças regionais. Soares revela que em 2026 serão produzidos 10 filmes em outros Estados, fora dos Estúdios Globo, com foco em características regionais e utilizando mão de obra local, com escritores e equipe técnica das regiões das filmagens. “Para nós, é muito importante termos diferentes sotaques. Sabemos que o brasileiro adora histórias brasileiras e nós somos a casa das histórias brasileiras”, diz Soares.
Os Estúdios Globo produzem 2 mil horas e 2 mil episódios de conteúdo por ano. O diretor Luiz Henrique Rios, que está na Globo desde 1990, dirigiu sucessos como “Quatro por Quatro” e estará à frente de “Três Graças”, próxima novela das 21h. Rios destaca que, ao longo da trajetória dos Estúdios Globo, a área criativa desafiava a tecnologia e, ao mesmo tempo, era desafiada por ela, ambos em busca de avanços na produção audiovisual: “Aos poucos desenvolvemos com a tecnologia uma mudança radical, um salto quântico para o que fazemos hoje”, afirma. “A tecnologia e a linguagem foram se transformando”, acrescenta.
Um exemplo está no filme “Antártida”, ainda inédito, que se passa em uma estação de pesquisa no continente. Devido à complexidade para realizar gravações em ambiente inóspito, a história só pôde ser filmada depois da inauguração do estúdio virtual, o mais moderno dentro dos Estúdios Globo.
O diretor de tecnologia dos Estúdios Globo, Marcelo Bossoni, acrescenta que a empresa tem “quase uma obsessão” por inovação e por fazer o que ainda não foi feito na TV. Ele lembra que o primeiro capítulo do “remake” de “Pantanal” foi todo filmado em 8K, tecnologia até então pensada para o cinema. A série “Reencarne”, estrelada por Taís Araújo e com estreia agendada para 23 de outubro no Globoplay, teve os seus nove episódios também filmados em 8K.
Desenvolvemos com a tecnologia uma mudança radical”
— Luiz Henrique Rios
“Nós antecipamos tendências e discutimos com o mercado para estarmos prontos para implementarmos o mais rápido possível tecnologias quando elas se popularizam”, diz Bossoni.
Para ele, a tecnologia tem o papel de viabilizar frentes que seriam impossíveis sem ela. A autora Rosane Svartman – criadora da série “Vermelho Sangue”, que estreou ontem no Globoplay e usou inteligência artificial para compor efeitos visuais – destaca a importância da tecnologia para criadores: “A tecnologia serve à história”, disse.
Ontem, os Estúdios Globo inauguraram a Calçada da Fama, eternizando nomes de grandes artistas que passaram pela emissora. Entre os homenageados presentes estavam Tony Ramos, Betty Faria, Nathalia Timberg, Laura Cardoso e Antonio Pitanga.
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