Uma especialista em direitos humanos das Nações Unidas (ONU) pediu aos Estados Unidos nesta sexta-feira (21) que suspendam as sanções impostas a Cuba, citando o impacto das restrições comerciais e financeiras de longa data sobre tudo, desde o sistema educacional da ilha até a segurança alimentar e a assistência médica.
Alena Douhan, relatora especial da ONU sobre direitos humanos, disse que as sanções dos EUA contra Cuba “não estão em conformidade com um grande número de normas legais internacionais”.
O chamado embargo comercial, ou bloqueio, disse ela, “tem exacerbado substancialmente a situação humanitária em Cuba… e tem sido projetado para impedir que Cuba receba qualquer receita econômica, especialmente em moeda forte”.
Os comentários de Douhan em Havana, nesta sexta-feira, ecoaram os da maioria dos países-membros da Organização das Nações Unidas, que, no mês passado, pediram o fim do embargo econômico dos EUA a Cuba.
Embarco da época da Guerra Fria
A votação na ONU tem peso político global, mas somente o Congresso dos EUA pode suspender o embargo da era da Guerra Fria.
Um porta-voz do Departamento de Estado americano disse que as sanções não eram culpadas pelos problemas de Cuba e que o governo comunista havia causado seus problemas econômicos por conta própria.
“O embargo não proíbe o acesso de Cuba aos mercados mundiais ou o comércio com terceiros países. A lei dos EUA permite explicitamente a exportação de alimentos, medicamentos e equipamentos médicos para Cuba”, disse o porta-voz.
Douhan, que está visitando a ilha desde a semana passada, disse a repórteres que se reuniu com representantes dos setores público e privado de Cuba para avaliar os impactos do embargo.
Sua visita coincide com uma crise econômica aguda que drenou os cofres públicos, devastou o turismo e levou a uma grave escassez de alimentos, combustível e medicamentos, o que provocou um êxodo recorde da ilha.
O governo do presidente Donald Trump intensificou as sanções contra seu inimigo de longa data, colocando Cuba novamente na lista de patrocinadores estatais do terrorismo, endurecendo as regras sobre remessas e encerrando os programas de migração da era Biden.
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