O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira (4) o apoio dos brasileiros à soberania venezuelana, em meio à escalada das tensões de Caracas com o governo Trump.
Em declaração dada em “portunhol”, o líder venezuelano ressaltou a união entre os povos dos dois países e solicitou que o povo brasileiro vá às ruas pela defesa da paz e soberania da Venezuela, segundo declarações dadas em um programa da rede estatal Telesur.
“Povo do Brasil […] às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e soberania”, disse Maduro. “Eu vou falar a verdade: temos direito à paz e à soberania”, completou.
A declaração de Maduro ocorre um dia depois de vir à tona a notícia de que o empresário Joesley Batista foi até Caracas na última semana pedir que o presidente venezuelano renuncie ao cargo.
Segundo a agência Bloomberg, as autoridades de Washington estariam cientes da viagem de Batista, mas o empresário teria agido por iniciativa própria.
O Palácio do Planalto nega os rumores de que o empresário teria ido à Venezuela como representante do governo brasileiro e ressalta que Maduro não fez nenhum pedido de asilo no Brasil, conforme apurado pelo Valor.
As declarações de Maduro ocorreram em paralelo ao 22º ataque das Forças Armadas americanas contra uma embarcação em alto-mar suspeita de transportar drogas. A investida, ocorrida no Pacífico, deixou pelo menos quatro mortos nesta sexta-feira.
A legalidade dos ataques foi posta sob escrutínio após a mídia americana revelar que o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, teria dado ordens para que não houvesse nenhum sobrevivente em um ataque a uma embarcação no Caribe no dia 2 de setembro.
O governo Trump nega essa acusação. Na terça-feira, Hegseth afirmou que os ataques à embarcação “estão apenas começando”.
Nova política externa de Trump
Nesta sexta-feira, o governo dos Estados Unidos divulgou um documento referente à nova estratégia de política externa a ser adotada por Washington.
A ata afirma que o governo Trump deverá reforçar o papel de “proteção” ao Hemisfério Ocidental.
“Após anos de negligência, os Estados Unidos voltarão a reafirmar e aplicar a Doutrina Monroe para restaurar a preeminência americana no Hemisfério Ocidental e proteger nosso território e nosso acesso a geografias-chave em toda a região.”
O documento também cita a política de “recrutar e expandir”, ou seja, recrutar aliados da região para o combate “para controlar a migração, deter o fluxo de drogas e fortalecer a estabilidade e a segurança em terra e no mar” e expandir para cultivar e reforçar laços com os países da região.
“Reforçamos o apelo de nossa própria nação como o parceiro econômico e de segurança preferencial do Hemisfério”, completou a ata.
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