Embora números confiáveis digam o contrário, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou nesta terça-feira (11) que a economia nacional se mantém “imperturbável” em 2025, apesar do envio de tropas dos Estados Unidos para o Mar do Caribe, algo que, segundo ela, “nenhum país aguenta”.

A também ministra de Hidrocarbonetos alegou que neste ano uma “economia que tem nove navios de guerra à sua frente, no Mar do Caribe” e “que sofre ameaças permanentes” continua crescendo.

“A guerra psicológica que fizeram sobre a Venezuela durante quase três meses nenhum país aguenta, a economia já estaria rangendo, estaria gritando, e nós nos mantemos imperturbáveis, nos mantemos com o esforço de cada um dos setores”, disse Rodríguez, durante um ato com representantes do comércio transmitido pela rede de televisão estatal VTV.

Ela alegou que as recentes projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) para a região têm liderança da Venezuela, com um crescimento projetado de 6% neste ano. Porém, é mentira: o mais recente documento do órgão das Nações Unidas indicou que o incremento da economia venezuelana será de apenas 2%.

A vice-presidente disse que, de acordo com o Banco Central da Venezuela (BCV), o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 8,71% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024 e que a arrecadação tributária do setor não petrolífero aumentou 13,5% entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período de 2024.

Porém, os números do Fundo Monetário Mundial (FMI), bem mais confiáveis do que os do BCV (aparelhado pelo chavismo), indicam que a Venezuela deve ter em 2025 a maior inflação do mundo e sua economia está desacelerando.

Segundo o organismo internacional, a inflação da Venezuela será de 270% este ano e em 2026 o país terá uma alta de preços de incríveis 682%.

Já o PIB venezuelano terá este ano um crescimento de apenas 0,5%, após ter variado positivamente 5,3% em 2024. Para o ano que vem, a perspectiva é ainda mais sombria: de acordo com o FMI, a economia da Venezuela sofrerá retração de 3%.