O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a defender a ida do irmão Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para o estado de Santa Catarina com objetivo de disputar o Senado pelo Partido Liberal, após a briga interna no partido, que se tornou pública com declarações e troca de farpas pelas redes sociais. O filho “03” de Jair Bolsonaro repetiu as críticas ao posicionamento da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), que se manifestou contra a troca de domicílio eleitoral do vereador carioca em apoio à pré-candidatura ao Senado da deputada federal Caroline de Toni (PL-SC).
Na avaliação do deputado federal, caso o irmão não seja candidato ao Senado por Santa Catarina, a direita brasileira sairá enfraquecida, com consequências na corrida eleitoral do próximo ano em todo o país. “Se ele recuar, isso seria visto como uma derrota do próprio Bolsonaro. Seria interpretado da mesma forma nos outros 26 estados onde há disputas para o Senado”, opina o filho do ex-presidente da República em vídeo divulgado neste sábado (8).
Eduardo afirmou que Campagnolo trouxe uma questão interna do partido ao público e desrespeitou a hierarquia e a liderança do PL. “Tentei resolver de maneira interna, ligando e conversando com a deputada. Essas questões não são para o público decidir — o público decide no momento correto, que é o da eleição. Agora, dentro de um partido com um projeto liderado por Jair Bolsonaro, o que ele fala deve ser seguido”, declarou.
Ele lembrou que o irmão teve um papel estratégico na eleição do pai como presidente da República. “É simplesmente o cara que elegeu Jair Bolsonaro. Em 2018, abriu mão de uma campanha para deputado federal para ter tempo de rodar o Brasil inteiro.”
Segundo ele, Carlos foi “o arquiteto das redes sociais” que impulsionou a eleição de Bolsonaro na corrida presidencial em 2018. “Você acha que ele não poderia ter sido deputado federal, tal qual eu fui em São Paulo, com votação recorde?”, questiona.
Eduardo ainda rebateu o movimento de resistência ao irmão em Santa Catarina. Carlos Bolsonaro deve abrir mão do mandato de vereador do Rio de Janeiro em dezembro e se mudar para a cidade de São José (SC), vizinha da capital Florianópolis. “Essa resistência inicial, por mais que o Carlos possa enfrentar, não tem fundamento. Não vi nenhuma acusação de desonestidade ou falta de qualificação, apenas dizem que ele não é de Santa Catarina. Mas isso é superável.”
-
Sem espaço no PL, Carol de Toni é sondada pelo Novo para disputar Senado
Eduardo Bolsonaro acusa deputada de “convite à rebelião” em SC
A deputada catarinense Ana Campagnolo argumenta que a coligação com o Progressistas estava consolidada para a reeleição do governador Jorginho Mello (PL-SC), com a indicação de Esperidião Amin (PP-SC), que buscará a reeleição ao Senado. Os estados vão eleger dois candidatos ao Senado nas eleições de 2026, sendo que a outra vaga da coligação seria indicada pelo PL.
De Toni tem apoio de prefeitos e empresários, e Mello chegou a se manifestar publicamente em apoio. Mas, com a possível mudança de Carlos Bolsonaro para Santa Catarina ainda neste ano, o quadro eleitoral mudou, e a deputada federal pode ter a pré-candidatura vetada pelo PL.
A insatisfação de integrantes do PL veio a público com as declarações de Campagnolo, que entrou na mira dos irmãos Bolsonaro. “Ela está, talvez não intencionalmente, convidando todo mundo a se rebelar”, disse Eduardo. “O que não dá é para ser contra o líder do movimento indicar uma das duas vagas para o Senado, porque precisamos de um grupo político; isso se faz com organização”, completa o parlamentar.
No vídeo divulgado em seu canal oficial, Eduardo Bolsonaro também questiona a imparcialidade do humorista Paulo Souza, que saiu em defesa de Campagnolo. O deputado federal informou que a mulher do humorista trabalha no gabinete da parlamentar na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e, por isso, não estaria em condições de opinar sobre a disputa no PL catarinense.
“Falta imparcialidade porque, querendo ou não, ele tem proximidade com a pessoa e não deixou isso claro ao público antes de falar”, disse Eduardo. “O Paulo Souza tem total condição de dar a opinião que quiser. Ele é o quê? Um humorista. Não é um político eleito com o nome Bolsonaro”, acrescenta o parlamentar.
@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431
