Início Mundo Direita perde terreno na Holanda em eleições acirradas

Direita perde terreno na Holanda em eleições acirradas

O partido liberal progressista D66, liderado por Rob Jetten, e o direitista PVV, de Geert Wilders, estão tecnicamente empatados nos resultados eleitorais, segundo a última projeção provisória da agência holandesa ANP, com 99% dos votos apurados.

O PVV conseguiu ampliar sua vantagem em votos após a correção dos resultados de um pequeno município e o avanço na apuração oficial. No entanto, o empate técnico mantém no ar quem será a primeira força política do país, o fator que determina qual partido terá prioridade para iniciar as negociações para a formação do governo.

Na noite passada, as pesquisas de boca de urna davam o D66 como vencedor, com uma vantagem de duas cadeiras sobre a direita nacionalista, e, nesta quinta-feira (30), os progressistas continuam sendo os vitoriosos da jornada eleitoral, ao somar pelo menos 17 cadeiras a mais do que nas eleições anteriores.

Wilders, que mesmo com um empate ficaria entre os principais perdedores do pleito ao perder 11 das 37 cadeiras que tinha até agora, advertiu que não permitirá que um representante do D66 inicie as conversas de formação enquanto não houver “100% de clareza” sobre qual partido venceu as eleições.

“Faremos todo o possível para evitar isso”, escreveu o líder direitista nas redes sociais, nesta quinta.

Ainda faltam ser contabilizados os resultados de vários municípios, além da apuração do voto no exterior e nos territórios caribenhos de Bonaire, Santo Eustáquio e Saba, tradicionalmente mais favoráveis ao D66. Além disso, os 20% restantes dos votos de Amsterdã, onde a legenda de Jetten obteve até agora 23,4% dos votos, serão incorporados durante a semana.

O D66 consolidou seu avanço nas grandes cidades holandesas, sendo o partido mais votado em Roterdã, Haia, Utrecht, Tilburg e Groningen, e registrando também avanços em Amsterdã.

Já o PVV mantém sua liderança na província sulista de Limburgo, embora com perdas significativas em relação a 2023: em Venlo, cidade natal de Wilders, caiu de 36% para 27% dos votos.

Além disso, o bloco de ecologistas e social-democratas GroenLinks-PvdA, que era liderado por Frans Timmermans até sua renúncia na noite passada, se mantém com 20 cadeiras; o VVD, da ala conservadora e liderado por Dilan Yesilgöz, retrocede para 22 cadeiras, enquanto o democrata-cristão CDA de Henri Bontenbal fica com 18.

Os também direitistas Fórum pela Democracia (FvD) e União Cristã (CU) ficam com 7 e 3, respectivamente. Já o JA21 alcança 9 cadeiras e o movimento agrário BBB, 4, enquanto o Partido Socialista (SP), o Denk, o Partido pelos Animais (PvdD) e o SGP obtêm 3 cada um.

Por fim, o partido dos aposentados 50Plus consegue 2, o Volt, 1, e o centrista NSC, fundado em 2023, ficaria fora do Parlamento, após perder as cerca de 20 cadeiras que tinha até agora.

A participação eleitoral se situou nesta quarta-feira em 78,4%, ligeiramente acima dos 77,8% de dois anos atrás.

Em conjunto, a projeção da ANP, baseada já em resultados reais e não em pesquisas de boca de urna, confirma a extrema volatilidade de um jornada eleitoral em que as sondagens já antecipavam um resultado apertado.

À espera da apuração final e da validação oficial pelo Conselho Eleitoral, prevista para a próxima semana, a Holanda está sem um vencedor claro em uma das eleições que se perfilam como as mais disputadas de sua história recente: a diferença entre os dois partidos mais votados não era tão pequena desde 1956, ano em que a Câmara passou a ter 150 cadeiras.

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