O líder do Partido da Liberdade (PVV), Geert Wilders, questionou nesta sexta-feira (24) o resultado das eleições legislativas na Holanda e sugeriu a possibilidade de irregularidades na apuração dos votos. A reação ocorreu após a agência nacional ANP anunciar a vitória do progressista Rob Jetten, do partido de centro-esquerda Democratas 66 (D66), por uma diferença de cerca de 15 mil votos.

Em mensagem publicada em suas redes sociais, Wilders criticou a divulgação antecipada dos resultados e afirmou que o órgão competente para confirmar o resultado na disputa no país é o Conselho Eleitoral.

“O Conselho Eleitoral, não a ‘ANP’, é quem decide. Que arrogância não esperar seu veredito”, escreveu o líder direitista, acrescentando que seu partido se oporá “desde o primeiro dia, com toda sua força e com seus 26 assentos, ao governo liberal de esquerda” de Jetten.

O dirigente do PVV também compartilhou capturas de tela com mensagens que denunciavam supostos incidentes em seções eleitorais, como cédulas trocadas, urnas transportadas sem controle e contêineres de votos desaparecidos. As denúncias foram publicadas por ele a partir de relatos de cidadãos e ainda não foram verificadas por autoridades.

“Estão chovendo mensagens deste tipo de todo o país. Não tenho ideia se todas são verdadeiras, mas, bom, se ao menos fossem investigadas”, afirmou Wilders.

Tanto o D66 quanto o PVV conquistaram 26 cadeiras cada no Parlamento, o que configura um empate técnico. A diferença em número de votos, porém, garante ao D66 a prioridade nas negociações para formar o novo governo.

Para alcançar a maioria absoluta que forme um governo, são necessárias 76 cadeiras, o que obrigará o D66 e seu líder, Jetten, de 37 anos, a buscar ao menos três ou quatro parceiros para compor uma coalizão – um processo que tende a ser demorado e complexo.

Mesmo diante da derrota numérica, Wilders celebrou o desempenho de sua legenda.

“No topo, com 26 cadeiras, o mesmo que o D66. Ninguém derrota o PVV, absolutamente ninguém! Durante toda a campanha fomos atacados por outros partidos e pelos jornalistas, mas não conseguiram nos afundar. Estamos firmes e orgulhosos no topo, nenhum outro partido tem mais do que as nossas 26 cadeiras!”, escreveu o parlamentar.