Início Brasil Deputados pedem que Lula declare Trump “persona non grata”

Deputados pedem que Lula declare Trump “persona non grata”

Um grupo de deputados federais do PT apresentou um pedido para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio do Itamaraty, declare o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “persona non grata” no Brasil. A proposta foi protocolada pelos deputados Luiz Couto (PT-PB) e Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), por meio de uma indicação ao Executivo, e recebeu o apoio de outros 20 deputados petistas.

No documento, os parlamentares citam as “agressões perpetradas” por Trump contra brasileiros, como o aumento de tarifas sobre produtos nacionais e a cassação de vistos de autoridades, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Para os deputados, as medidas exigem uma “resposta diplomática de caráter enérgico e proporcional”.

“A medida em escopo não representa um ato de hostilidade por parte do Brasil, mas de legítima defesa de sua soberania e da dignidade de suas instituições. A omissão do Estado brasileiro diante de uma agressão de tal magnitude criaria um precedente perigoso e inaceitável, sinalizando ao mundo uma suposta disposição para tolerar a violação de sua independência. A defesa da autonomia do Poder Judiciário e do Estado Democrático de Direito é um dever inalienável de todos os Poderes da República”, afirmaram os petistas em documento enviado ao ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores.

Na diplomacia, ser declarado “persona non grata” significa que o país anfitrião considera um diplomata ou representante de outro país como “pessoa indesejada”, impedindo sua entrada ou permanência no território. Em fevereiro do ano passado, o Lula sofreu uma retaliação semelhante de Israel. Na época, o presidente brasileiro foi declarado “persona non grata” pelo governo de Benjamin Netanyahu, por ter comparado a ação contra palestinos ao Holocausto.

Trump criticou julgamento de Bolsonaro

Na quinta-feira (11), Trump criticou a decisão da Primeira Turma do STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ao falar com jornalistas na Casa Branca, o presidente americano classificou a condenação como “muito ruim para o Brasil” e elogiou Bolsonaro como “um líder exemplar”.

“Eu assisti ao julgamento, conheço-o muito bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso pudesse acontecer. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de forma alguma. Ele foi um bom homem, e não vejo isso acontecendo”, disse Trump.

Trump já havia descrito o processo contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. Em diferentes ocasiões, comparou a situação do ex-presidente brasileiro às ações judiciais que enfrentou nos Estados Unidos.

Em julho, Washington anunciou sanções contra ministros do STF e aplicou a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento que resultou na condenação de Bolsonaro. Além disso, o governo americano elevou tarifas sobre produtos brasileiros, intensificando a pressão diplomática e econômica sobre o Brasil.

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