O debate público no Brasil ainda está “muito acanhado”, afirmou neste sábado (27) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao podcast “3 Irmãos”. Ao discutir a retomada das ruas em manifestações sociais, o ministro avalia que ainda há a necessidade de discutir temas estruturais como imposto de renda, jornada de trabalho, democracia e soberania.
Para o ministro, o campo progressista ficou afastado tanto das ruas quanto das redes por mais de uma década, mas agora vive um novo ciclo. “Domingo foi uma demonstração de retomada. Esse movimento social foi orgânico e indica que podemos voltar a ter uma efervescência positiva de grandes debates sobre o destino do país.”
Haddad fez referência às manifestações em diversas cidades brasileiras, no domingo (21), contra a PEC da Blindagem, que foi aprovada no Congresso e dificultava a abertura de processos criminais contra parlamentares, por meio de autorização prévia e votação secreta na Câmara ou no Senado. A proposta gerou reação popular e, em resposta, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a PEC por unanimidade na quarta-feira (24).
Haddad também criticou a falta uma “classe dirigente” no Brasil. Para ele, nos países capitalistas há uma classe dominante, proprietária dos meios de produção, enquanto em sociedades mais desenvolvidas, existe uma classe dirigente que pensa o destino do país.
Segundo o ministro, a elite brasileira tem dificuldade em aceitar essa autonomia. “Não existe país grande sem classe dirigente. São pessoas que não querem acumular dinheiro, mas construir um projeto nacional de longo prazo.”
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