A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) cobrou nesta segunda-feira, em discurso na tribuna, respostas sobre o escândalo envolvendo as informações da prisão do ex-assessor do governo Bolsonaro, Filipe Martins. Em especial, respostas sobre os novos desdobramentos do caso, que podem indicar atuação suspeita do ministro Alexandre de Moraes.
“Filipe Martins foi preso, foi torturado. Filipe Martins foi humilhado, porque um documento falso foi inserido no sistema dos Estados Unidos. E o que vai acontecer agora? Quem vai indenizar os meses que Filipe Martins ficou preso? Quem vai devolver a Filipe Martins parte de sua vida?”, indagou a parlamentar. A transcrição do pronunciamento foi feita pela Agência Senado.
O discurso da senadora vem com as consequências de informação do governo dos Estados Unidos de que Filipe Martins não entrou nos EUA em dezembro de 2022 e que o documento utilizado como justificativa para sua prisão no Brasil seria falsificado. O assunto tem movimentado o debate político do país desde a semana passada. Até o momento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não se pronunciou.
De acordo com a parlamentar, o episódio levanta questionamentos sobre responsabilidades no Brasil e no exterior, já que o sistema norte-americano pode ter sido manipulado. Preso desde 2024, no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, Martins teria sido motivada pela suposta viagem aos EUA, vista como tentativa premeditada de fuga.
“Mas a minha expectativa não é só quanto a isso, não é só saber o que a Suprema Corte vai fazer, é saber o que os Estados Unidos farão com essa informação, porque alguém manipulou o sistema americano. E não é só um nome de uma pessoa: manipulou o sistema de segurança norte-americano. E os Estados Unidos não deixam isso quieto nunca”, disse.
Martins iniciou prisão em solitária
O comentário de Danares vem à luz da divulgação de um comunicado pelo governo dos Estados Unidos, confirmando que Martins não entrou no país no dia 30 de dezembro de 2022, como havia sido apontado em documentos usados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para justificar sua prisão.
Em um vídeo nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se referiu ao ex-assessor de seu pai como uma das pessoas “mais perseguidas pelo ministro Alexandre de Moraes”.
“Filipe Martins começou numa solitária, passou dias sem ver a luz do sol, sem ter direito a sair da cela. Ficou seis meses preso, enquanto Moraes oferecia a todo momento a possibilidade de uma delação premiada, na tentativa de inventar algo para conectar Bolsonaro ao golpe da ‘Disney’. Filipe foi homem, segurou a onda, foi solto e hoje a verdade vem à tona”, afirmou o deputado, acrescentando que o ex-assessor da Presidência do Brasil é “inocente”.
Cerca de um mês atrás, o conselheiro de Trump Jason Miller reagiu a uma declaração de Moraes dizendo que os Estados Unidos “não negociam com terroristas”. A resposta surgiu depois que o ministro afirmou que a “soberania [do Brasil] jamais será negociada”.
A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, Filipe Martins, apresentou as alegações finais ao STF no final de semana, pedindo a anulação do processo aberto contra ele por sua suposta participação em um plano de golpe de Estado e pela alegada tentativa de fuga do Brasil após as eleições de 2022.
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