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Crescimento anual da carteira de crédito deve desacelerar a 9,9% em setembro, diz Febraban | Finanças

O saldo total da carteira de crédito no país deve avançar 1,1% em setembro, na comparação com agosto, segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade projeta uma desaceleração da expansão anual, de 10,1% para 9,9%, voltando ao patamar de um dígito pela primeira vez desde maio de 2024.

A principal alta no mês deve vir do crédito às empresas, com crescimento de 1,7%. O desempenho é impulsionado pelas linhas direcionadas, que devem subir 1,8%, sustentadas por programas governamentais e repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 12 meses, o crescimento da carteira direcionada deve acelerar de 16,2% para 17,8%, alcançando o maior nível desde junho de 2021.

Já a carteira de recursos livres para empresas deve crescer 1,6%, favorecida pela sazonalidade positiva das linhas de desconto de recebíveis, especialmente as de risco sacado. Ainda assim, a expansão em 12 meses deve cair de 4,5% para 3,5%, refletindo o efeito da Selic elevada e do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No caso das famílias, o crédito deve subir 0,7% no mês, com avanço de 0,8% na carteira livre e de 0,6% na direcionada. A Febraban aponta continuidade da piora na composição da carteira livre, puxada por linhas de maior risco. Nessa carteira, o crescimento anual deve cair de 12,2% para 12,0%.

A carteira direcionada às famílias também mostra perda de fôlego, afetada pelo desempenho mais fraco do crédito rural e pelo aumento da inadimplência no setor. O ritmo anual de crescimento deve recuar de 10,0% para 9,1%, o menor desde julho de 2020.

“No geral, o resultado da pesquisa segue indicando uma desaceleração mais disseminada do crédito”, disse em nota Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. “O crédito livre mantém trajetória mais clara de perda de fôlego, especialmente nas operações para empresas, que sente o impacto da majoração recente do IOF, além da política monetária contracionista.”

Para Sardenberg, o crédito às famílias também segue em trajetória de desaceleração, embora de forma mais contida. Ele alerta, porém, para o aumento da participação de linhas mais arriscadas, o que pode pressionar a inadimplência.

As concessões de crédito também mostraram alta no mês, de 8,9% frente a agosto. Ajustado pelo número de dias úteis, o aumento foi de 3,9%, impulsionado pelas operações com recursos direcionados (+5,9%). Na comparação com setembro de 2024, as concessões cresceram 3,1%, mantendo a tendência de desaceleração — o avanço acumulado em 12 meses caiu de 11,4% para 10,6%.

A Pesquisa Especial de Crédito é publicada mensalmente como prévia da Nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central, prevista para 29 de outubro, e utiliza dados consolidados de uma amostra representativa dos principais bancos do país.

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