InícioMundoCresce pressão pela renúncia de Macron na França

Cresce pressão pela renúncia de Macron na França

Publicado em

SIGA NOSSAS REDES SOCIAS

spot_img

Nesta sexta-feira (10), o presidente da França, Emmanuel Macron, deve anunciar seu novo primeiro-ministro, que será o oitavo desde que ele chegou ao Palácio do Eliseu, em maio de 2017, e o quarto em menos de um ano.

O substituto de Sébastien Lecornu, que renunciou com menos de um mês no cargo, apontando impossibilidade de governar diante da divisão no Parlamento francês, terá que superar uma crise política que o próprio Macron gerou.

No ano passado, depois que o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) venceu a eleição para o Parlamento Europeu na França, o presidente antecipou as eleições legislativas francesas, com o objetivo de conter a ascensão do grupo político de Marine Le Pen.

Como resultado, a Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, ficou rachada: a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e o grupo de Macron ficaram com mais cadeiras que o RN, mas nenhum desses três grandes blocos tem maioria na casa e eles não conversam entre si, realidade que vem tornando a França ingovernável.

Antes da renúncia de Lecornu, Macron havia nomeado dois premiês de centro-direita, Michel Barnier e François Bayrou, sem agradar nem à NFP, nem ao RN.

Os dois primeiros-ministros apresentaram propostas orçamentárias que desagradaram estes dois blocos, que se uniram e destituíram os dois premiês em votações na Assembleia Nacional em dezembro e no mês passado, respectivamente.

Na quarta-feira (8), Lecornu disse que por ora está descartada a possibilidade de convocação de novas eleições legislativas antecipadas, já que ele acredita que um acordo para o orçamento de 2026 ainda pode ser alcançado com o Parlamento atual.

Entretanto, a oposição e até aliados de Macron pedem a dissolução da Assembleia Nacional ou a renúncia do presidente para resolver o impasse político (seriam convocadas eleições antecipadas nos dois cenários).

“Macron agora se encontra isolado, sem direção ou apoio. Ele deve arcar com as consequências: renúncia ou dissolução [do Parlamento]”, escreveu o deputado Philippe Ballard, do RN, no X.

Édouard Philippe, que foi o primeiro premiê do governo Macron, entre 2017 e 2020, disse em entrevista à rádio RTL que o presidente deveria renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento de 2026.

“Ele [Macron] deve agora abordar esse abandono do Estado, tomar uma decisão compatível com sua função e, na minha opinião, isso é garantir a continuidade de nossas instituições, saindo de forma ordenada”, afirmou.

Porém, Macron tem afirmado que cumprirá seu mandato até o fim, em 2027, e analistas acreditam que o presidente dificilmente renunciará.

“É muito perigoso para ele fazer a coisa certa e ele não está disposto, é claro, a renunciar ao poder”, disse Douglas Yates, professor de ciência política do Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead), em entrevista à emissora americana CNBC.

“A única coisa que posso dizer com segurança hoje é que Macron não vai anunciar sua própria renúncia, então parece que a coisa mais fácil a fazer seria nomear outro primeiro-ministro, o que ele faz como trocar de camisa, e se o novo primeiro-ministro não durar muito tempo, ele deve nomear outro”, projetou.

O impasse político dificulta a definição de um orçamento e, consequentemente, a abertura de um caminho para resolver o drama das contas do governo francês: segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicados pela CNN, hoje a dívida pública da França é, em termos percentuais, uma das mais altas entre os países desenvolvidos, ao atingir 116,5% do PIB em 2023.

@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431

Artigos mais recentes

Lula defende combater ‘privilégio de poucos’ em pronunciamento

Na noite deste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez...

Banco central da China endurece discurso e provoca queda em ações associadas a stablecoins | Finanças

As ações de empresas listadas em Hong Kong ligadas a stablecoins despencaram...

O que signficaria para a Ucrânia perder o Donbass?

Ao divulgar nesta semana seu plano de 28 pontos para um possível acordo de...

Popularidade de Lula tem nova ameaça com rumos da economia

Novos sinais de deterioração no cenário econômico tendem a dar tração ao aumento da...

MAIS NOTÍCAS

Lula defende combater ‘privilégio de poucos’ em pronunciamento

Na noite deste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez...

Banco central da China endurece discurso e provoca queda em ações associadas a stablecoins | Finanças

As ações de empresas listadas em Hong Kong ligadas a stablecoins despencaram...

O que signficaria para a Ucrânia perder o Donbass?

Ao divulgar nesta semana seu plano de 28 pontos para um possível acordo de...