O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, afirmou nesta quinta-feira (25), em Nova York, que a Coreia do Norte se encontra na fase final de desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de transportar uma ogiva nuclear até o território dos Estados Unidos. Segundo ele, falta apenas a conclusão da chamada tecnologia de reentrada atmosférica para que o regime de Kim Jong Un finalize o projeto.

“Parece que ainda não tiveram sucesso, mas estão na etapa final, restando apenas a chamada tecnologia de reentrada atmosférica. Isso também deve ser resolvido em breve”, declarou.

Lee participou de um encontro com investidores na Bolsa de Valores de Nova York durante a Assembleia Geral da ONU e garantiu que busca reduzir riscos de segurança na região para atrair investimentos e estimular a economia. Ele destacou que, independentemente de negociações com Washington ou de interesses internos, o regime norte-coreano segue empenhado em avançar seus arsenais.

“Seja para negociações com os EUA ou para seu próprio regime, eles continuam desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir os Estados Unidos, carregar uma bomba nuclear e bombardear os Estados Unidos”, disse.

A declaração ocorre menos de um ano após a Coreia do Norte realizar o lançamento de um novo ICBM, identificado como Hwasong-19, em outubro de 2024. O teste foi acompanhado pessoalmente por Kim Jong Un, que chamou a ação de “apropriada” para responder a ameaças externas. Na ocasião, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul condenaram o disparo, classificado como uma violação flagrante de resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Especialistas observaram que o míssil tinha alcance para atingir qualquer ponto do território americano, mas apontaram dúvidas quanto à capacidade de guiar a ogiva e garantir sua sobrevivência durante a reentrada.

Lee reforçou que, no atual cenário, considera o presidente Donald Trump o único capaz de dialogar diretamente com Pyongyang. Trump, por sua vez, já declarou que gostaria de se reunir com Kim Jong Un ainda este ano. Desde que assumiu a presidência em junho, Lee tenta reabrir canais de diálogo com o vizinho do norte, mas as propostas sul-coreanas têm sido rejeitadas por Pyongyang.

De acordo com o líder sul-coreano, a Coreia do Norte já possui ogivas nucleares suficientes para garantir a sobrevivência do regime. Ele alertou ainda para o risco de que novas armas atômicas possam ser negociadas com outros países ou grupos hostis. “Vamos reduzir armas nucleares no médio prazo. Vamos buscar a desnuclearização no longo prazo”, disse.