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Cooperativa de crédito pode adotar modelo de perda esperada | Dino

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Presente em 57% dos municípios brasileiros, segundo dados de 2023 do Banco Central (BC), as cooperativas de crédito têm o objetivo de oferecer serviços financeiros aos associados. Estes são, ao mesmo tempo, clientes e proprietários, diferentemente de um banco, em que são apenas usuários. Entre as regras que precisam ser seguidas pelas cooperativas, estão as da Resolução 4.966, publicada pelo BC em 2021.

Essa resolução alinha o reconhecimento e a mensuração de instrumentos financeiros ao modelo de perda esperada (IFRS-9) — metodologia contábil que mensura e registra perdas com crédito de forma mais antecipada e realista. Em vez de esperar o calote para reconhecer uma perda, as cooperativas precisam estimar quanto provavelmente perderão no futuro e provisionar esse valor desde já.

Em termos práticos, isso significa maior detalhamento de divulgações, segmentação da carteira, novos critérios contábeis, necessidade de modelos de crédito flexíveis e adaptação de sistemas e controles, como explica Angelo Schier, especialista em recuperação de crédito de cooperativas e parceiro da Meet Call.

“A cobrança precisa fornecer dados quantitativos (probabilidades de default, recuperação) para alimentar modelos voltados para projeções futuras. Isso exige integração operacional entre cobrança, risco e contabilidade e altera o timing e o cálculo das provisões”, diz Schier.

As exigências, continua o especialista, trouxeram desafios de adaptação para as cooperativas de crédito, incluindo a qualidade e estruturação dos bancos de dados, ou seja, a construção de uma base histórica para definir estratégias a partir de informações passadas.

Outros desafios incluem a validação de modelos de perda esperada, a capacitação de profissionais qualificados, a adoção de uma régua de cobrança e acompanhamento flexível com foco na retenção de cooperados e mitigação de rolagens de estágio, além de implementação de ações preventivas baseadas em collection score e políticas de concessão de crédito.

“Também é necessário realizar ajustes em capital e pricing para absorver a maior volatilidade contábil. Por fim, é fundamental compreender o perfil de cada cooperado e seu apetite ao risco, pois, nesse novo modelo, a atribuição de perda esperada pode ser maior em determinados casos, mesmo para cooperados historicamente adimplentes, considerando o relacionamento consolidado com a cooperativa”, pontua Schier.

Diante desse tipo de desafio, há cooperativas que buscam o apoio de outras empresas que fornecem soluções de Business Process Outsourcing (BPO). Em outras palavras, serviços terceirizados de processos.

“BPOs especializados reduzem custo operacional, escalam campanhas multicanal, entregam analytics e scoring para melhorar recuperações e fornecem controles de compliance. Reduz o tempo entre a cobrança do crédito e o recebimento efetivo, melhorando a liquidez e a disponibilidade de recursos para operar”, analisa Marcos D’Andrade.

Ele é superintendente da Meet Call, empresa que auxilia outros negócios a gerenciar suas interações com clientes e processos internos. O portfólio da companhia abrange soluções de BPO e recuperação de crédito para cooperativas.

Segundo D’Andrade, ao contratar esse tipo de serviço, as cooperativas buscam boas práticas de conformidade, eficiência e relacionamento, governança integrada e criação de estratégias de cobrança e relacionamento personalizadas por perfil de risco, comportamento e valor, aumentando eficiência e preservando o vínculo com o cooperado.

“As cooperativas têm acesso também à validação independente de modelos; automação com atendimento humano em casos sensíveis; monitoramento contínuo de KPIs [indicadores de desempenho] e revisões periódicas de premissas”, acrescenta o superintendente da Meet Call.

Em relação à Resolução 4.966, D’Andrade acredita que ela influencia positivamente a competitividade e sustentabilidade financeira do setor para os próximos anos ao priorizar qualidade e consistência das informações e a integração de processos, com os setores de tecnologia da informação (TI), cobrança e contabilidade trabalhando de forma integrada.

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