Centenas de controladores de tráfego aéreo dos Estados Unidos assumiram empregos temporários secundários por conta da manutenção da paralisação (‘shutdown’) do governo americano, que chegou hoje ao seu 28º dia. A falta de pessoal no setor aumenta a pressão sobre o já sobrecarregado sistema de aviação, informou hoje um representante sindical do setor.
O número de controladores trabalhando em empregos secundários deve aumentar à medida que procuram maneiras de pagar suas contas, disse o presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo (NATCA), Nick Daniels, a repórteres no Aeroporto Nacional Reagan em Washington.
“Em breve, serão 1 mil”, disse Daniels, pedindo ao governo que encerre o impasse. “Queremos que a paralisação acabe hoje […] De qualquer forma que isso seja feito, é o que o povo americano merece.”
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) está com cerca de 3,5 mil controladores de tráfego aéreo abaixo dos níveis de pessoal desejados, com muitos já cumprindo horas extras obrigatórias e semanas de seis dias mesmo antes da paralisação.
A escassez de pessoal durante a paralisação do governo, que já dura 28 dias, tem repetidamente prejudicado a indústria da aviação, com quase 7 mil voos atrasados na segunda-feira e 8,8 mil no domingo. Até as 9h30 de hoje (horário local), pouco mais de 1 mil voos estavam atrasados.
Cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança de Transportes (TSA) precisam trabalhar sem pagamento após um impasse orçamentário entre republicanos e democratas no Congresso, que provocou a paralisação.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, realizará uma coletiva de imprensa hoje no Aeroporto LaGuardia, em Nova York, para discutir a escassez do setor. Ele afirmou que os controladores estão conseguindo empregos como entregadores ou motoristas de Uber para conseguir se manter financeiramente.
Daniels disse que a falta de pagamento é uma distração perigosa e que “a cada dia que essa paralisação se arrasta, o sistema se torna menos seguro.”
Em 2019, durante uma paralisação de 35 dias, durante o primeiro mandato de Donald Trump, o número de ausências de controladores e agentes da TSA aumentou à medida que os trabalhadores não recebiam salários, estendendo os tempos de espera em alguns pontos de verificação dos aeroportos. As autoridades foram obrigadas a reduzir o tráfego aéreo em Nova York e Washington.
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