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cidadãos votam referendo sobre lei de suicídio assistido

Os eslovenos saíram às ruas neste domingo (23) para votar em um referendo sobre a entrada em vigor ou a anulação da lei de suicídio assistido aprovada pelo Parlamento em julho.

A aplicação da nova norma havia sido suspensa após uma campanha de setores conservadores eslovenos, em conjunto com a Igreja Católica.

A consulta, convocada pelo Parlamento no último dia 17, ocorre após uma campanha conservadora apresentar mais de 46 mil assinaturas — superando as 40 mil necessárias.

A lei será revogada se uma maioria dos votantes se opuser a ela, mas somente se a participação superar os 20%.

A norma aprovada em julho, a primeira deste tipo em um país do Leste Europeu, estabelece que apenas adultos mentalmente capazes e afetados por um sofrimento insuportável devido a uma doença terminal ou muito grave, e sem perspectiva de melhora, poderão solicitar assistência para morrer.

Em caso de a solicitação ser aprovada e após controles médicos e psicológicos, o paciente deve ingerir ou injetar por si mesmo a substância legal para acabar com a própria vida.

A norma estabelece que agentes de saúde locais — desde enfermeiros e médicos até farmacêuticos — poderão optar por não participar.

Em junho, foi realizado um referendo consultivo no qual 55% dos votantes apoiaram a regulamentação do suicídio assistido. Posteriormente, o Parlamento aprovou a lei em julho com 50 votos a favor, 34 contra e três abstenções.

O Conselho Nacional, a câmara alta, que funciona como um órgão de controle, aplicou um veto suspensivo, após o qual se começou a recolher assinaturas para convocar o referendo vinculante.

As pesquisas preveem que os cidadãos optarão pela manutenção da lei.

Entre os que a defendem está o primeiro-ministro, o liberal Robert Golob, que ao votar antecipadamente recordou a “agonia insuportável” de seu pai devido a um câncer de pâncreas, e pediu apoio à norma para evitar que outros passem por situação similar.

A oposição à lei, liderada por setores conservadores, pela Igreja Católica e pelo Partido Democrático Esloveno (SDS), sustenta que o texto viola a proteção da vida prevista na Constituição.

As primeiras estimativas de voto serão divulgadas após o fechamento das urnas às 19h (horário local, 15h de Brasília), enquanto os resultados oficiais podem ser divulgados apenas daqui a alguns dias.

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