A China concordou com um plano para interromper o uso de substâncias químicas relacionadas ao fentanil como parte do acordo com os Estados Unidos para combater o opioide, disse o diretor do FBI (polícia federal americana), Kash Patel, na quarta-feira.
Patel disse que o acordo resultou de sua viagem a Pequim na semana passada, uma visita que ocorreu após a reunião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, no mês passado.
“A República Popular da China designou e listou todos os 13 precursores utilizados para produzir fentanil”, disse Patel em uma entrevista coletiva. “Além disso, eles concordaram em controlar sete subsidiárias químicas que também são utilizadas para produzir essa droga letal.”
Ele não forneceu detalhes adicionais. A Embaixada da China em Washington não respondeu a um pedido de comentário.
A Reuters noticiou anteriormente a viagem de Patel à China, que ocorreu no último fim de semana. A viagem não havia sido anunciada oficialmente pelos Estados Unidos ou pela China.
O Ministério do Comércio da China anunciou na segunda-feira que o país fará ajustes no catálogo de precursores químicos relacionados a drogas e exigirá licenças para a exportação de certos produtos químicos para os Estados Unidos, Canadá e México.
A autoridade antidrogas também intensificou a supervisão da produção e exportação de produtos químicos para a fabricação de drogas que não constam em sua lista de controle, a fim de evitar que entrem em canais ilegais, afirmou em um comunicado.
A autoridade ressaltou os riscos criminais que os exportadores podem enfrentar ao enviar produtos químicos para certos países considerados de “alto risco”, como os Estados Unidos.
Trump reduziu pela metade as tarifas sobre produtos chineses impostas como punição pelo fluxo de fentanil, para 10%, após chegar a um acordo durante as negociações do mês passado com Xi.
Xi trabalhará “com afinco para interromper o fluxo” de fentanil, um opioide sintético que é a principal causa de mortes por overdose nos Estados Unidos, disse Trump a repórteres após as negociações.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que os detalhes do novo acordo serão definidos por um novo grupo de trabalho bilateral.
O acordo sinalizou uma mudança para os assessores de Trump, que insistiam que as medidas punitivas permaneceriam em vigor até que a China comprovasse estar reprimindo as cadeias de suprimento de fentanil.
Autoridades chinesas defendem seu histórico em relação ao fentanil, afirmando já terem tomado medidas extensivas para regulamentar os precursores químicos usados na fabricação da droga, e acusam Washington de usar a questão como forma de “chantagem”.
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