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China aumenta repressão antes de eleição em Hong Kong

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A jurisdição de Hong Kong foi passada do Reino Unido para a China em 1997, sob promessa de autonomia.

Porém, desde os protestos por democracia entre o final de 2019 e o começo de 2020, Pequim impôs ao território uma nova Lei de Segurança Nacional, que serviu de base para prisões e condenações de dezenas de ativistas, e mudanças eleitorais para que apenas políticos fiéis ao Partido Comunista Chinês (PCCh) concorram e sejam eleitos na região administrativa especial (RAE).

No próximo dia 7, as eleições para o Parlamento de Hong Kong serão realizadas pela segunda vez com as mudanças introduzidas em 2021 com o objetivo de que apenas fantoches de Pequim cheguem ao Legislativo.

Para começar, somente os que são considerados “patriotas” podem concorrer – neste caso, “patriotas” é um sinônimo para candidatos subservientes à ditadura chinesa. Além disso, o próprio sistema de votação limita o voto direto da população.

Das 90 cadeiras em disputa, os ocupantes de 40 serão definidos por um Comitê Eleitoral, composto por 1,5 mil membros majoritariamente pró-Pequim; 30 por “circunscrições funcionais”, ou seja, representantes de grupos setoriais, de áreas como comércio, indústria e setor financeiro, entre outros, também fiéis ao PCCh; e apenas 20 pelo voto popular.

Além dessas mudanças para evitar que a população de Hong Kong realmente eleja seus representantes, a repressão na RAE tem aumentado.

Na semana passada, as autoridades de Hong Kong prenderam e acusaram quatro pessoas por sedição e conduta ilegal nas redes sociais por pedirem boicote à eleição legislativa.

Em julho, a polícia de segurança nacional da RAE emitiu mandados de prisão para 19 ativistas que moram no exterior.

Eles foram acusados de criar ou participar do Parlamento paralelo de Hong Kong, um grupo que as autoridades da RAE afirmam que tinha os objetivos de subverter o poder do Estado e derrubar os governos local e da China, por meio da proposição de um referendo e candidaturas para o Parlamento informal.

Antes disso, em novembro de 2024, um tribunal de Hong Kong sentenciou 45 ativistas pró-democracia a penas que variavam de quatro a dez anos de prisão.

O jornalismo independente também é alvo de repressão: segundo relatório divulgado em junho pela ONG Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), oito veículos de comunicação e quatro organizações de mídia foram fechados na RAE desde o início da vigência da Lei de Segurança Nacional, em 2020.

O último levantamento sobre jornalistas presos pelo mundo do CPJ mostrou que a China tinha o maior número de profissionais da área detidos: 50, oito deles em Hong Kong.

Especialistas afirmam que a repressão na RAE, que perde cada vez mais as liberdades prometidas em 1997, comprometem o futuro de Hong Kong como um centro financeiro global.

Uma análise recente do think tank americano Conselho sobre Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês) destacou que algumas empresas deixaram a cidade ou estão aumentando as contratações em outras capitais financeiras asiáticas, como Singapura e Tóquio; o mercado de ações de Hong Kong despencou desde 2019; e o número de empresas americanas com bases regionais na RAE caiu em 2021 para o menor nível em 18 anos.

“O cenário ideal para Pequim é manter Hong Kong como um centro financeiro sem todas as liberdades. Mas parece que realmente não é possível manter a posição financeira internacional de Hong Kong enquanto se sufoca sua liberdade”, afirmou Victoria Tin-bor Hui, professora de ciência política da Universidade de Notre Dame, ao CFR.

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