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Chanceler da Alemanha declara “guerra ao antissemitismo”

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O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, declarou “guerra ao antissemitismo” durante a segunda reinauguração de uma sinagoga restaurada em Munique, no sul da Alemanha, na segunda-feira (15).

“A partir daqui, declaro, em nome de todo o governo da República Federal da Alemanha, a guerra a todas as formas de antissemitismo na Alemanha, antigas ou novas: politicamente, é claro, mas também em matéria de direito penal e de qualquer forma legislativa que seja necessária”, declarou Merz na reinauguração da sinagoga.

Ele acrescentou que também não tolerará o antissemitismo “sob o manto de uma suposta liberdade artística, cultural e científica”.

Merz, em diferentes momentos, não conseguiu esconder a emoção e até as lágrimas ao fazer referência em seu discurso à vida de Rachel Salamander, filha de sobreviventes do Holocausto e autora presente na sinagoga de Munique.

Nunca antes se tinha visto o chanceler falar em público tão visivelmente emocionado.

Ele lamentou que, desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, os judeus vivam “uma nova onda de antissemitismo (…) flagrante e mal dissimulado, em palavras e em ações, nas redes sociais, nas universidades, nos espaços públicos”.

Merz mostrou-se envergonhado e disse sentir-se ainda perplexo com o fato de que em algumas ruas da Alemanha se comemorava “o maior assassinato de judeus desde o Holocausto, um ato monstruoso e bárbaro”.

O chanceler alemão destacou que, em 7 de outubro de 2023, ficou claro que, por muito tempo, a política e a sociedade fecharam os olhos para o fato de que algumas das pessoas que chegaram à Alemanha nas últimas décadas foram socializadas em países “onde o antissemitismo é praticamente uma doutrina de Estado e o ódio a Israel é ensinado desde a infância”.

Sinagoga profanada e vandalizada

Merz lembrou que a inauguração da sinagoga há 94 anos, em 5 de setembro de 1931, ocorreu já então “nas circunstâncias mais adversas” e que durante “sete curtos anos”, até ser profanada e vandalizada por uma multidão em 1938, foi um local de vida, culto e oração judaicos.

Ela só foi poupada de ser incendiada por nazistas pelo medo de que as casas “não judias” ao redor fossem danificadas, acrescentou.

Já em 1945, a comunidade judaica de Munique viveu sua refundação e, em 1947, a sinagoga celebrou sua reinauguração, mais uma vez, nas “condições mais adversas”, em uma Alemanha que, em grande parte, ficou em silêncio sobre o nacional-socialismo e seus horríveis crimes e, por muito tempo, não enfrentou a própria culpa, acrescentou.

Antissemitismo persistente

“O antissemitismo nunca desapareceu da República Federal”, disse Merz.

A sinagoga reinaugurada nesta segunda-feira pela segunda vez e “restaurada em todo o seu esplendor, beleza e design moderno originais” é uma das poucas do estilo Bauhaus que restam na Europa, um “monumento artístico”, destacou Merz.

“É agora um local de importância histórica e artística. Um patrimônio nacional, porque aqui podemos nos conectar com o Judaísmo na Alemanha antes da época do nacional-socialismo. E, portanto, também com as raízes judaico-cristãs da vida cultural na Alemanha e na Europa”, declarou.

Ele destacou que a famosa escola de design e arquitetura do estilo Bauhaus é impensável sem seus artistas judeus, da mesma forma que a arte, a filosofia e a literatura da Alemanha e da Europa, em toda a sua riqueza, são impensáveis sem as tradições, o pensamento e a teologia judaicos.

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