O candidato presidencial chileno José Antonio Kast, líder do Partido Republicano, afirmou nesta quarta-feira (23) que, se vencer as eleições de novembro, iniciará uma ampla operação para repatriar imigrantes ilegais e reforçar o controle das fronteiras. Segundo ele, mais de 330 mil estrangeiros vivem de forma irregular no Chile e devem deixar o país agora.
“Faltam 133 dias para que um novo governo assuma. Esse é o tempo que os imigrantes ilegais têm para partir e deixar nossa pátria. Se não o fizerem voluntariamente, iremos atrás deles, e haverá punições”, declarou Kast em entrevista coletiva em Santiago.
A operação integra o programa de governo “Escudo Fronterizo”, que Kast descreveu como uma estratégia de “ordem e soberania”. O plano prevê o uso de aviões para facilitar o retorno voluntário dos estrangeiros.
“O primeiro passo é apelar à voluntariedade das pessoas que queiram sair levando seus bens e recursos. Se quiserem, poderão colaborar com a passagem, junto com as aeronaves que vamos disponibilizar”, afirmou o candidato durante a apresentação.
Kast também defendeu que políticas firmes de imigração tendem a gerar o que chamou de “efeito saída”.
“Um exemplo claro é o dos Estados Unidos. A detenção de 500 mil pessoas fez com que 1,5 milhão deixasse o país voluntariamente”, disse. O ex-deputado, que tenta a presidência pela terceira vez – após perder para Gabriel Boric em 2021 -, tem centrado sua campanha em temas de segurança e combate à criminalidade, hoje entre as maiores preocupações dos eleitores chilenos.
O republicano informou ainda que pretende construir centros de abrigo para abrigar imigrantes que não possam ser deportados por falta de cooperação de seus países de origem.
“Essas pessoas permanecerão nesses centros até que o governo de seu país envie um avião para levá-las de volta”, explicou.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o Chile abriga 1,6 milhão de estrangeiros, o equivalente a 8% da população nacional. Venezuelanos, peruanos e colombianos formam os maiores grupos, e o número de imigrantes dobrou desde 2017.
As eleições presidenciais e parlamentares estão marcadas para 16 de novembro no Chile, e as pesquisas indicam que nenhum candidato deve vencer em primeiro turno. Kast aparece entre os favoritos ao segundo turno, previsto para 14 de dezembro, ao lado da ex-ministra do Trabalho Jeannette Jara, candidata pelo Partido Comunista.
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