Conforme fato relevante divulgado ao mercado, a autarquia aprovou a eventual subscrição de papéis ― processo pelo qual uma empresa emite novas ações para captar recursos ― pelo Perfin Rally Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia Responsabilidade Limitada, Classe Única BTG Pactual Infraestrutura III Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, e Classe Única Fundo de Investimento em Participações BPAC3 — Multiestratégia Responsabilidade Limitada.

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A decisão aguarda decurso do prazo legal de 15 dias, conforme previsto na lei. A potencial subscrição também depende da conclusão e alocação na primeira oferta pública em curso.

Em setembro, a Cosan celebrou um acordo de investimento com veículos ligados ao BTG Pactual e à gestora Perfin Infra, além de seus controladores — Aguassanta Investimentos S.A. e Queluz Holding, veículos da família de Rubens Ometto, presidente do conselho da Cosan — para estruturar duas ofertas públicas primárias de ações.

A primeira oferta pública, em curso, será estruturada pela Cosan e deverá resultar em uma distribuição primária de 1,45 bilhão de ações ordinárias, podendo ser aumentada em até 25%, equivalentes a 362,5 milhões ações em potencial lote adicional, após a conclusão do procedimento de bookbuilding. Os investidores âncora se comprometeram a subscrever integralmente essa oferta, com um aporte de R$ 7,25 bilhões, ao preço de R$ 5,00 por ação.

Na segunda oferta pública, com direito de prioridade aos acionistas da Cosan com posição em 19 de setembro, poderá emitir até 550 milhões de ações. O preço por ação será o mesmo da primeira oferta.

A Cosan esclareceu que em nenhuma hipótese as ofertas públicas resultarão na emissão de mais do que 2 bilhões de ações ordinárias, podendo o número de ações a serem emitidas na segunda oferta pública ser ajustado para evitar que tal número máximo seja ultrapassado. Assim, o valor máximo do aporte pode chegar a R$ 10 bilhões, considerando o preço de R$ 5,00 por ação.

A segunda emissão será realizada para completar os R$ 10 bilhões, caso o R$ 1,8 bilhão não seja totalmente aportado, disse uma fonte da companhia, ao Valor.

Os recursos captados serão destinados exclusivamente à renegociação e ao pagamento de dívidas financeiras da companhia, com o objetivo de reduzir sua alavancagem. O investimento será realizado pelos investidores âncora — veículos do BTG, Perfin e controladores da Cosan — por meio de nova holding, na qual as Holdings Aguassanta também possuirão participação até a data da liquidação da primeira oferta pública.

Os investidores, observadas determinadas condições precedentes, realizarão, até a data da liquidação da primeira oferta pública, aportes na nova holding, em valor equivalente ao compromisso de investimento de cada investidor.

Com a injeção de R$ 10 bilhões na holding da Cosan, Rubens Ometto terá sua participação amplamente diluída — dos 36,2% atuais, ficará com 22,5%. Os sócios do BTG, reunidos numa partnership, ficarão com 24,6%, maior fatia na holding, e a Perfin, com 10,9%. No entanto, como parte das ações do BTG serão preferenciais, ou seja, não dão direito a voto e não poderão compor acordo de acionistas, Ometto pode contar com 50,01% do novo bloco de controle que será acertado entre os sócios.