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Brasileiros seguem presos em Israel após audiências judiciais

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A situação dos brasileiros detidos após a interceptação da flotilha Global Sumud por Israel segue sem desfecho. Entre os presos, está a deputada federal Luizianne Lins (PT‑CE), que permanece na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, após se recusar a assinar um documento de deportação acelerada. O documento fazia parte de um procedimento usado por Israel para expulsar estrangeiros de forma simplificada, sem a necessidade de audiência judicial.

Com a recusa, a parlamentar teve que aguardar as audiências judiciais que analisaram os casos. As sessões foram concluídas neste domingo (5), mas até o momento não há definição sobre a libertação ou deportação do grupo.

Na audiência, cada estrangeiro é apresentado a um juiz de imigração, acompanhado (quando possível) por um advogado e um intérprete. O tribunal analisa se houve entrada irregular em território israelense, mesmo que o estrangeiro alegue ter sido capturado em águas internacionais. Se o juiz entender que o ingresso foi ilegal ou que há risco à segurança do Estado, mantém a detenção até a deportação.

A decisão pode ser recorrida, mas os prazos são curtos — geralmente 48 a 72 horas —, e o processo é considerado sumário, ou seja, simplificado.

Desde a abordagem, os detidos seguem sem previsão clara de retorno. As autoridades brasileiras reforçam que a detenção ocorreu em águas internacionais, o que, na visão do governo, configura “violação ao direito internacional”.

Conforme divulgado pela assessoria da deputada nas redes sociais, Luizianne permanece “incomunicável há mais de 40 horas” — sem acesso a familiares ou interlocução oficial — e espera-se autorização para visitas consulares que verifiquem sua integridade física e segurança. 

A nota também ressalta que a parlamentar rejeitou o documento de deportação acelerada, por considerá-lo abusivo, sobretudo por implicar o reconhecimento de entrada ilegal em território israelense. Para sua assessoria, essa assinatura seria uma forma de criminalização de uma missão civil e pacífica, e a deputada optou por manter sua trajetória na defesa dos direitos humanos, em solidariedade aos demais integrantes da delegação brasileira. 

Em comunicado mais recente, a equipe da deputada exigiu a libertação imediata da delegação brasileira e dos demais integrantes da flotilha, com garantia de integridade, segurança e direitos plenamente assegurados. A nota afirma ainda que “nenhuma ação solidária e amparada pelo direito internacional pode ser tratada como crime”.  Segundo a assessoria, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv espera que as informações sobre os voos de deportação sejam comunicadas assim que houver definição por parte do governo israelense.

Até agora, apenas um integrante da missão — o brasileiro Nicolas Calabrese — foi deportado de Israel. Os demais seguem detidos sem data definida para eventual liberação ou deportação formal. 

O Itamaraty divulgou nota oficial, na última quinta-feira (2), exigindo a libertação imediata dos brasileiros detidos e solitando acesso consular irrestrito para acompanhar as condições dos detidos. A pasta afirma acompanhar o caso e manter diálogo com as autoridades israelenses para garantir a segurança e o retorno do grupo.

No Congresso, parlamentares de diferentes partidos se reuniram com representantes do Ministério das Relações Exteriores para cobrar medidas mais firmes, incluindo a suspensão de relações comerciais com Israel caso os brasileiros não sejam libertados.

Neste domingo (5), milhares de manifestantes participaram de um ato pró-Palestina no centro de São Paulo, organizado por movimentos de esquerda e sindicatos. O protesto expressou solidariedade aos ativistas presos durante a tentativa de romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza.

O que se sabe até agora sobre a detenção em Israel

Os detidos são ao menos 15 brasileiros entre eles Luizianne Lins e ativistas como Thiago de Ávila. O grupo integrava a flotilha internacional que tentou furar o bloqueio naval e terrestre feito por Israel com o objetivo de impedir o contrabando de armas para o grupo terrorista Hamas em Gaza. O objetivo do grupo de ativistas seria levar comida e mantimentos para a população civil.

Forças israelenses afirmaram que os navios foram interceptados e os ativistas detidos sem que ninguém ficasse ferido. Os integrantes da flotilha foram sendo levados para portos israelenses e aguardam serem deportados do país.

Diplomatas brasileiros conseguiram entrar na prisão de Ketziot para prestar assistência consular, numa visita que durou mais de oito horas. Em nota, a embaixada informou que os detidos “afirmaram estar bem e demonstraram resiliência emocional diante da situação”.

Ainda não há informações de quando ocorrerá a deportação dos detidos, se for o caso, e sob quais condições. Membros da embaixada brasileira em Tel Aviv informaram que os brasileiros detidos estão em boas condições físicas.

“Todos afirmaram estar bem e demonstraram resiliência emocional diante da situação”, diz o comunicado oficial divulgado ontem.

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