O Brasil acusou os Estados Unidos, nesta terça (23), de violarem a Carta das Nações Unidas ao mobilizarem forças militares no Caribe e imporem bloqueio a petroleiros da Venezuela. A manifestação foi feita pelo embaixador brasileiro Sérgio Danese durante uma reunião do Conselho de Segurança, e colocou o governo em posição crítica à escalada militar na região.
Segundo ele, a atuação dos Estados Unidos contraria princípios básicos do direito internacional e precisa ser interrompida de forma imediata.
“A força militar reunida e mantida pelos Estados Unidos nas proximidades da Venezuela e o bloqueio naval recentemente anunciado constituem violações da Carta das Nações Unidas. Portanto, devem cessar imediata e incondicionalmente em favor da utilização dos instrumentos políticos e jurídicos amplamente disponíveis”, declarou o embaixador.
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Danese afirmou que o Brasil mantém compromisso histórico com a defesa da Carta da ONU, do multilateralismo e da solução pacífica de conflitos internacionais. Para o governo brasileiro, o uso da força militar agrava tensões e afasta qualquer possibilidade de entendimento diplomático.
O representante brasileiro destacou que o país deseja que a América Latina e o Caribe permaneçam como uma região de paz, sem intervenções armadas externas. Segundo Danese, soluções que sejam “baseadas em força” são totalmente “contrárias às melhores tradições e ao firme, universal e irreversível compromisso com a paz assumido pela América Latina e Caribe”.
Durante o pronunciamento, o Brasil também fez um apelo direto ao diálogo entre Washington e Caracas como única saída legítima para o impasse. O embaixador afirmou que o confronto militar não traz estabilidade e apenas aumenta o risco de conflitos de maiores proporções.
“O Brasil convida ambos os países a um diálogo genuíno, conduzido de boa-fé e sem coerção”, afirmou Danese ao Conselho de Segurança. Ele acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “estará preparado para colaborar, se necessário e com o consentimento mútuo dos Estados Unidos e da Venezuela”.
Do lado americano, a postura foi de endurecimento durante a reunião do Conselho de Segurança. O representante dos Estados Unidos, Mike Waltz, afirmou que o petróleo venezuelano estaria sendo usado para sustentar atividades ligadas ao narcotráfico.
“Os Estados Unidos farão tudo o que estiver em seu poder para proteger nosso hemisfério, nossas fronteiras e o povo americano”, declarou.
Há uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio total de navios petroleiros sancionados que chegam à Venezuela ou partem do país sul-americano.
Antes do anúncio, em 10 de dezembro, Washington havia apreendido o petroleiro Skipper. No sábado (20), a Guarda Costeira dos EUA interceptou o petroleiro Centuries, também em águas internacionais perto da costa da Venezuela.
Segundo informações de agências internacionais, a Guarda Costeira também busca o petroleiro Bella 1, que estava navegando em direção à Venezuela para carregar petróleo.
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