Do Egito ao Cazaquistão, os ativos estrangeiros da petrolífera russa Lukoil estão atraindo potenciais compradores, enquanto o tempo se esgota para fechar acordos antes que as autoridades dos Estados Unidos apliquem sanções.
Os EUA impuseram sanções à Lukoil como parte de seu esforço para forçar o Kremlin a negociações de paz sobre a guerra na Ucrânia, e já bloquearam a tentativa da Lukoil de vender ativos estrangeiros para a Gunvor antes do prazo final das sanções em 21 de novembro.
As sanções também já perturbaram as operações da Lukoil no Iraque, em postos de gasolina na Finlândia e em uma refinaria na Bulgária.
Enquanto seu império balança, governos e parceiros esperam arrematar seus ativos estrangeiros a preços baixos. A Lukoil não respondeu aos pedidos de comentário.
A estatal do Cazaquistão, KazMunayGas, está estudando uma oferta pelos ativos da Lukoil no país, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
A Lukoil tem participação em Karachaganak, um dos maiores campos de gás e condensado do mundo, juntamente com a Eni, Shell, Chevron e KazMunayGas.
Qualquer nova parceria será decidida pelos participantes do projeto, levando em conta as sanções, disse o ministério de energia do Cazaquistão em comunicado.
A Shell está interessada nos blocos de águas profundas da Lukoil em Gana e na Nigéria, disseram outras duas fontes. A Shell não quis comentar.
No Egito, a Lukoil indicou ao governo seus possíveis planos de vender sua participação, disse uma quinta fonte familiarizada com a situação. A Lukoil detém três concessões no Egito. O ministério do petróleo do Egito não respondeu a um pedido de comentário.
O governo da Moldávia iniciou conversas para nacionalizar a infraestrutura da Lukoil no aeroporto de Chisinau, disse o diretor do aeroporto, Serdgiu Spoiala, na terça-feira (11).
A Bulgária está se preparando para tomar a refinaria de Burgas da Lukoil. A estatal do Azerbaijão, Socar, e a Cengiz Holding, da Turquia, fizeram uma oferta conjunta pela refinaria antes das sanções.
A Cengiz pretende prosseguir com o acordo, informou a mídia turca esta semana. A Cengiz não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Lukoil enfrenta escolhas difíceis, disse Sergey Vakulenko, pesquisador sênior do Carnegie Russia Eurasia Center e ex-chefe de estratégia da petrolífera russa Gazprom Neft.
Se a empresa vender seus ativos, os recursos podem ser congelados pelo Tesouro dos EUA, disse ele.
Mas atrasar uma ação provavelmente significaria a tomada de alguns ativos pelo estado ou seu congelamento, disseram Vakulenko e Igor Yushkov, da Universidade Financeira do governo russo.
“Não há realmente motivo para a Lukoil se apressar”, disse Yushkov. “Se alguns ativos forem congelados, estão congelados. Apenas espere até que o conflito na Ucrânia termine, e então talvez as sanções sejam aliviadas. Esse é o mal menor, provavelmente”.
A Lukoil pode tentar emular a estratégia da petrolífera russa Rosneft, que viu a Alemanha colocar suas três refinarias sob administração fiduciária em 2022. As fábricas são agora controladas por Berlim, mas a Rosneft ainda as possui.
“Ou você vende por conta própria e espera receber os recursos, ou tenta manter a propriedade”, disse Vakulenko.
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