A leitura de agentes financeiros é de que o avanço do senador na corrida presidencial pode favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) carrega elevada rejeição entre os eleitores. Nesse contexto, o índice tocou os 157.306 pontos na mínima do dia e alcançou 158.634 pontos na máxima.

Em uma semana reduzida pelas festividades de Natal, o volume negociado pelo índice somou R$ 24,6 bilhões, enquanto o giro financeiro total da B3 atingiu R$ 18,1 bilhões. À espera de novos dados econômicos a partir de amanhã, as bolsas americanas fecharam em alta, puxadas por ações de tecnologia: o Nasdaq avançou 0,52%, o S&P 500 subiu 0,64% e o Dow Jones teve ganho de 0,47%.

As ações ordinárias da Vale avançaram 2,92%, após a Aliança Energia, joint venture entre a companhia e a Global Infrastructure Partners (GIP), firmar um acordo para a compra de um complexo eólico da Pontal Energy na Bahia.

Segundo fato relevante, o complexo eólico adquirido está em operação e conta com 46 aerogeradores da WEG, cada um com potência de 4,2 megawatts, somando uma capacidade instalada de 193,2 megawatts. O valor da transação não foi divulgado.

Ainda entre as commodities, os papéis ON e PN da Petrobras encerram em alta de 0,49% e 0,29%, nessa ordem, em dia de valorização dos preços do petróleo no mercado internacional.

Na liderança do pregão, Marcopolo PN subiu 5,75% após a companhia aprovar aumento de capital de 705,7 milhões com bonificações de 10% em ações.

No cenário político, notícias ao longo do fim de semana reforçaram a percepção de que a candidatura de Flávio deve ser levada a sério. A CNN informou que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, está articulando para que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), seja o vice na chapa à Presidência.

No site de apostas Polymarket, a probabilidade de vitória de Flávio Bolsonaro na eleição presidencial do ano que vem chega a 18% no fim da tarde desta segunda-feira. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece em terceiro lugar, com 16% de chance. Já o presidente Lula lidera as apostas, com 48% de probabilidade de vitória.

“O mercado está esvaziando o trade do Tarcísio e está receoso que o Flávio chegue ao segundo turno e Lula vença”, afirma um operador. Outro participante do mercado, sob anonimato, afirmou que “o mercado está convicto de que ele não ganha”. Por isso, “não faz diferença o que Flávio fale, a não ser que diga que vai desistir”, acrescenta.

Nesse sentido, os investidores devem observar com atenção a entrevista de Jair Bolsonaro amanhã, para observar os sinais do ex-presidente sobre a candidatura de Flávio.

“No Brasil, o tema das eleições segue como central e tende a permanecer assim nos próximos meses. A cada nova pesquisa ou sinalização, seja da direita, da esquerda ou do centro, os mercados têm demonstrado uma propensão a reagir de forma mais acentuada do que o usual”, escreveu Dan Kawa, sócio da We Capital, em uma rede social.

As ações mais sensíveis ao ciclo econômico recuaram, devido à pressão dos juros futuros. Na liderança das baixas, Cogna ON cedeu 5%. Na sequência, os papéis ordinários de Vamos e Lojas Renner caíram 4,32% e 3,47%, nessa ordem.

Com o foco na política monetária, um participante do mercado diz que Boletim Focus consolidou o primeiro corte da Selic apenas em março, o que também pressiona as ações brasileiras. O relatório mostrou ajustes nas estimativas do IPCA para este e o próximo ano, enquanto o horizonte relevante, a partir do segundo trimestre de 2027, permaneceu inalterado. Para 2025, a projeção caiu de 4,36% para 4,33%, e, para 2026, de 4,10% para 4,06%.