O jornalista Allan dos Santos publicou em seu perfil no X, nesta segunda-feira (10), uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A mensagem vem em duas versões, em inglês e português. Nela, Allan pede que Trump ouça apenas o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em assuntos relacionados ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e à “ditadura judicial que domina o Brasil.”

“Somente Eduardo conhece a dor real de seu pai, o sofrimento psicológico e moral que ele vive como preso político, condenado sem crime, sem foro competente e sem o devido processo legal”, complementa Allan.

O jornalista critica “pseudoapoiadores, que nada seriam sem ele”. De acordo com Allan, esses políticos de direita “hoje vivem de explorar o espólio do movimento que ele construiu, negando sua importância e alimentando calúnias para se manter próximos ao poder.”

Allan relaciona as alegações de fraude eleitoral nas eleições americanas, em 2020, com a eleição brasileira, de acordo com ele, “marcada por irregularidades”. Ele argumenta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “vive hoje no Brasil uma perseguição política e judicial de natureza semelhante – talvez ainda mais brutal.”

Allan pede ajuda dos EUA para “libertar Jair Messias Bolsonaro”

Já na conclusão, o jornalista pede que os Estados Unidos “olhem para o Brasil com benevolência e senso de justiça, ajudando-nos a resistir a esse avanço do totalitarismo.”

“Com a ajuda da nação mais livre e poderosa da Terra, poderemos libertar Jair Messias Bolsonaro, restaurar o Estado de Direito e reerguer a bandeira verde e amarela como símbolo de fé, ordem e liberdade.”

Eduardo Bolsonaro é alvo de uma ação no STF por conta de suas articulações no governo dos Estados Unidos. Enquanto o governo acusa Eduardo de ser o responsável pelas tarifas aplicadas ao Brasil, o Supremo foca nas sanções. Segundo a denúncia, Eduardo estaria buscando, com a articulação em prol das sanções a autoridades brasileiras, coagir o Judiciário a dar decisões favoráveis a ele e seu pai.

A carta aberta de Allan surge logo após um escândalo envolvendo a British Broadcasting Corporation (BBC). Um memorando vazado revelou que a emissora britânica editou um discurso de Trump, para dar a entender que o republicano convocou seus apoiadores ao ato de violência ocorrido no Capitólio em 6 de janeiro. Após as revelações, o diretor-geral e a diretora de jornalismo pediram demissão.

Allan dos Santos mora nos Estados Unidos. Ele é considerado foragido pela justiça brasileira.