A indicação de Jorge Messias para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) estremeceu a relação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA). Aliados falam até mesmo em “rompimento”.
Alcolumbre se sentiu traído por Wagner por ele ter dito publicamente, desde a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, que Lula estava decidido a indicar Messias, enquanto Alcolumbre e senadores da base aliada tentavam emplacar o ex-presidente da Casa Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Na última quinta-feira (20), momentos antes de Lula oficializar sua escolha, Wagner ligou para Alcolumbre e Pacheco e foi ignorado pela dupla.
Segundo um interlocutor do presidente do Senado, o rompimento com Jaques Wagner é “pessoal e institucional e não tem volta”.
Aliados dizem que Pacheco ficou incomodado com as declarações de Wagner de que Lula o chamaria para informar sobre a escolha por Messias e defender que ele disputasse o governo de Minas Gerais. Segundo interlocutores, Pacheco ficou ficou decepcionado com a postura do líder do governo, pois sempre foi um aliado importante do Executivo enquanto esteve na presidência do Senado.
É com esse cenário de rompimento com a cúpula do Senado que Jaques Wagner tem o desafio de angariar 41 votos para aprovar a indicação de Messias ao STF.
Há uma corrente no Senado que defende que a sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seja logo para aproveitar o “sangue quente” entre os que esperavam a escolha de Rodrigo Pacheco e rejeitar a indicação de Lula.
Já o governo aposta numa estratégia de deixar o nome “decantar” entre os parlamentares para diminuir a rejeição.
Assim que a mensagem da indicação chegar ao Senado, caberá a Alcolumbre despachar para a CCJ o nome de Messias. No colegiado, a caneta para marcar ou não a sabatina é do senador Otto Alencar (PSD-BA), aliado de primeira hora de Wagner.
Se for da vontade do presidente da Casa “acelerar” o escrutínio, o governo confia em Alencar para frear o ímpeto e conduzir os trabalhos com parcimônia.
Nesta segunda-feira (24), em nota, Messias fez um aceno a Alcolumbre. Elogiou o parlamentar e se colocou à disposição do senador para o seu “escrutínio constitucional”.
“Acredito que, juntos, poderemos sempre aprofundar o diálogo e encontrar soluções institucionais que promovam a valorização da política, por intermédio dos melhores princípios da institucionalidade democrática”, escreveu o AGU.
Messias começará a visitar senadores nesta semana e já tem um encontro marcado com a bancada evangélica.
Evangélico, o indicado de Lula recebeu o apoio do líder do Republicanos, o bolsonarista Mecias de Jesus (RR), e também do ministro do STF, André Mendonça.
Apesar de ser ligado à Igreja Batista, Messias não tem a unanimidade do grupo político. Alcolumbre, Pacheco e Jaques Wagner foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se manifestar.
24/11/2025 10:36:40
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