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Agricultores fazem protesto incendiário contra acordo UE-Mercosul

Milhares de agricultores se reuniram em Bruxelas nesta quinta-feira (18) em um protesto incendiário para expressar seu descontentamento com as negociações em andamento que visam concluir o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

Centenas de tratores e milhares de agricultores vindos de toda a Europa bloquearam o centro de Bruxelas desde as primeiras horas desta quinta-feira para pedir que não sejam cortadas as ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) e para protestar contra o acordo comercial nas atuais condições, que pode ser assinado no próximo sábado (20), no Brasil.

O protesto ocorre no mesmo dia em que os chefes de Estado e de governo dos países da UE se reúnem em Bruxelas para uma cúpula europeia. Os manifestantes chegaram à capital belga na noite de quarta-feira e, desde o início desta quinta-feira, bloquearam algumas das principais entradas rodoviárias da cidade, provocando congestionamentos em boa parte de Bruxelas.

De acordo com a Agência EFE, o acordo com o Mercosul não integra a agenda oficial da reunião, no entanto fontes europeias sinalizaram que os líderes poderiam abordar o acordo de associação com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que em princípio será assinado no sábado em Foz do Iguaçu.

Para que o assunto seja desenvolvido, é necessário que haja consenso dos países membros da UE, o que ainda não aconteceu.

O presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou nesta quinta-feira que o acordo comercial entre os europeus e os países do Mercosul “não pode ser assinado” sem as salvaguardas solicitadas por seu país e, por isso, pediu que o tratado seja concluído “corretamente” para respeitar os agricultores europeus.

“A postura da França desde o princípio é clara em relação ao Mercosul: acreditamos que o acordo é insuficiente e não pode ser assinado”, declarou Macron ao chegar para a cúpula de chefes de Estado e de governo realizada em Bruxelas, na qual pedirá um adiamento da assinatura prevista para o próximo sábado no Brasil.

Macron defende uma Europa que proteja “melhor” sua agricultura e seus produtores antes da assinatura do documento.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou que não apoia o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, por considerar que a medida seria “um tiro na perna” para os agricultores europeus.

Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou no dia anterior que, para seu país, “é prematuro” assinar o acordo comercial e considerou necessário esperar que o pacote de medidas adicionais para proteger o setor agrícola seja concretizado.

Veja imagens do protesto em Bruxelas

Agricultores acendem uma fogueira durante um protesto em Bruxelas, Bélgica. Crédito: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS (Foto: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS)
Agricultores europeus protestaram em Bruxelas contra políticas agrícolas e comerciais da União Europeia, em particular o acordo UE-Mercosul, as reformas da PAC (Política Agrícola Comum) e as crescentes pressões regulatórias e financeiras, durante uma cúpula de líderes da UE. Crédito: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS (Foto: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS)
Agricultores penduram “caixão da agricultura” sob uma foto do primeiro-ministro belga, De Wever, durante um protesto em Bruxelas. Crédito: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS (Foto: EFE)
A polícia de choque intervém durante protesto de agricultores em Bruxelas. Crédito: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS

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