A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) deflagrou nesta terça-feira a Operação “Menu do Crime”, que desmontou um esquema de adulteração de quentinhas usado para introduzir 20 kg de maconha e cocaína, 71 celulares, 19 chips, 96 carregadores e 96 fones nos presídios do Rio de Janeiro. A ação cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em vários pontos da capital e da Baixada Fluminense, incluindo bairros de São João de Meriti .

Como funcionava o esquema

Investigadores descobriram que funcionários de uma empresa terceirizada de logística violavam o lacre original das marmitas, substituíam parte da comida por drogas e aparelhos eletrônicos durante paradas fora da rota oficial e recolocavam novos selos. No destino final, ao menos oito policiais penais suspeitos de participação liberavam a entrada do material sem revista adequada .

Mandados, alvos e material apreendido

• 31 buscas em endereços na capital (Centro, Zona Oeste, Ilha do Governador) e Baixada (Duque de Caxias e São João de Meriti).
• 16 alvos: motoristas, servidores terceirizados e policiais penais.
• Apreensão‐base (set/2023) motivadora da investigação: R$ 1,5 milhão em drogas e eletrônicos encontrados em quentinhas dentro de um furgão em Bangu 7 .

Impacto em São João de Meriti

Equipes da Draco realizaram buscas em imóveis residenciais ligados a suspeitos que atuavam como “pontes logísticas” entre a Baixada e os presídios da capital. Objetivo: rastrear o fluxo de dinheiro gerado pelo contrabando e identificar outros envolvidos locais. Não houve confrontos durante as diligências, mas novos depoimentos serão colhidos na Delegacia Regional da cidade.

O que dizem as instituições

• Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) – Informou que colaborou com inteligência interna e reforçou “tolerância zero” a práticas de corrupção.
• Empresa de logística investigada – Disse que abriu sindicância interna e afastou preventivamente os funcionários citados.
• Draco/IE – Afirmou que a operação segue em curso para “responsabilizar todos os elos, públicos e privados, que colocam em risco a segurança do sistema prisional” .

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