O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes emitiu nota para tratar da polêmica após uma reportagem do jornal O Globo revelar que o ministro procurou o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, para interceder em prol do Banco Master. A publicação é desta terça-feira (23).
“Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da FEBRABAN, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, complementou.
O Banco Central determinou a liquidação do Banco Master no mesmo dia em que seu dono, Daniel Vorcaro, foi preso preventivamente, sob suspeita de fraude. O banco tinha contrato com o escritório da advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, no total de R$ 129 milhões. Parlamentares já articulam uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a relação entre Moraes e o Banco Master.
A organização Transparência Internacional veio a público para classificar como “insustentável” a situação do ministro: “Se não há registro de atuação de Viviane Barci junto ao BC, mas era o ministro Moraes que (sic) intercedia diretamente com Galípolo por Vorcaro, os 129 milhões eram para pagar o serviço de quem?”, comentou a organização.
Se não há registro de atuação de Viviane Barci junto ao BC, mas era o min. Moraes que intercedia diretamente com Galípolo por Vorcaro, os 129 milhões eram para pagar o serviço de quem?
O que já era extremamente grave se tornou insustentável. pic.twitter.com/CWSfkm4fva
— Transparência Internacional – Brasil (@TI_InterBr) December 22, 2025
- Alexandre de Moraes procurou presidente do Banco Central para pedir pelo Banco Master
- Após viagem com Toffoli, advogado do Master afirma que passageiros eram apenas torcedores
Moraes e Toffoli ampliam polêmicas em relação ao Master
A mesma instituição esteve envolta em outra polêmica com a Corte, dessa vez envolvendo o ministro Dias Toffoli. Dias antes de receber a relatoria de um habeas corpus em favor de Luiz Antonio Bull, diretor de compliance da empresa, o magistrado viajou com o advogado do dirigente, Augusto de Arruda Botelho. Os dois alegam que não trataram do caso durante a viagem, que teria ocorrido apenas para assistir a um jogo de futebol. “Os passageiros do voo estavam lá como torcedores do maior time do mundo, a Sociedade Esportiva Palmeiras”, declarou Augusto.
O Banco Master teria emitido crédito sem valor real, de acordo com as investigações. No mercado, a instituição financeira oferecia remuneração de 140% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) em operações de renda fixa, enquanto os concorrentes remuneram em cerca de 100%.
Em meio às polêmicas, o presidente da Corte, Edson Fachin, propõe um código de conduta aos magistrados de tribunais superiores, para limitar a atuação pública e dar transparência a eventuais cachês recebidos por palestras.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o Banco Central do Brasil. O espaço segue aberto para manifestação de ambos.
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