A conselheira presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Ana Paola Hall, anunciou neste domingo (7) que o escrutínio das eleições gerais realizadas em 30 de novembro, paralisado desde sexta-feira por alegadas falhas técnicas, será “reiniciado imediatamente”.
“Em suma, a divulgação será reiniciada imediatamente nos próximos minutos, uma vez que as últimas ações técnicas da empresa (que está sendo escrutinada) tenham sido cumpridas, com a auditoria externa, e o pessoal está esperando para poder reiniciá-la”, sublinhou Hall em um comunicado, acompanhado pela conselheira Cossette López.
A conselheira acrescentou que no dia das eleições, “apesar de todos os presságios, Honduras deu um exemplo maravilhoso” e que o CNE se mantém e permanecerá firme até o último momento no processo, que ocorrerá com a declaração oficial de resultados”.
Esquerda diz que não reconhece resultados e culpa Trump por “interferência”
O governante Partido Liberdade e Refundação (Livre, de esquerda) “não reconhece” as eleições gerais de 30 de novembro em Honduras pela suposta “interferência e coerção” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e convocou mobilizações no final de semana em apoio à candidata presidencial, Rixi Moncada, que aparece em terceiro lugar na apuração.
“Libre não reconhece as eleições realizadas sob uma interferência e coerção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e da oligarquia aliada que atacaram o povo hondurenho com um golpe eleitoral em andamento após o envio de um milhão de mensagens por diferentes plataformas ameaçando o povo que se votar em Rixi não receberá as remessas no mês de dezembro”, declarou Moncada em uma aparição de imprensa na sede do partido oficialista.
Segundo a candidata, a alegada interferência de Trump está “alterando a soberania popular” e denunciou que o sistema de transmissão de resultados eleitorais foi “manipulado em seu código fonte”.
“Sem usar as três chaves do sistema de segurança, nas costas dos técnicos responsáveis, o software foi adulterado, violando a Lei Eleitoral e os protocolos de segurança”, sustentou.
De acordo com a contagem preliminar das eleições, paralisada desde sexta-feira com 88,02% das atas escrutinadas, o candidato Nasry “Tito” Asfura, do conservador Partido Nacional, que recebeu o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, acumulou 1.132.321 votos (40,19%), enquanto Salvador Nasralla, candidato dp Partido Liberal, teve 1.112.570 votos (39,49%).
A candidata do partido governista foi rebaixada a um distante terceiro lugar, com 543.675 votos (19,30%), longe de suas pesquisas que davam uma vantagem sobre os dois candidatos.
Mais de uma semana após as eleições gerais em Honduras em 30 de novembro, os hondurenhos ainda não sabem o resultado final, enquanto cresce a incerteza e a desconfiança entre uma população que se pergunta por que o escrutínio está atrasado.
Uma linha do tempo dos atrasos e falhas anunciados pelo CNE
Os atrasos por “falhas técnicas”, alegadas pelo CNE, começaram no mesmo dia das eleições, quando atrasou o primeiro relatório oficial preliminar, provocando críticas de candidatos como Asfura.
As críticas de Asfura diminuíram quando o primeiro resultado lhe deu a liderança da corrida eleitoral pela presidência contra o candidato Salvador Nasralla, do Partido Liberal.
Desde então, ambos se alternaram na liderança com uma ligeira margem, próxima agora dos 20.000 votos a favor de Asfura, com 88,02% das cédulas escrutinadas até domingo, um resultado que não foi atualizado desde sexta-feira devido a alegados problemas técnicos, desencadeando novas críticas, especialmente de Nasralla, que exige uma “contagem limpa”.
Na noite deste domingo, o CNE anunciou que “reinicia imediatamente” o escrutínio, uma vez cumpridas as “últimas ações técnicas da empresa” que a contagem leva.
Falta de credibilidade no órgão eleitoral – O CNE é composto pela conselheira presidente, Ana Paola Hall, representante do Partido Liberal; Cossette López, do Partido Nacional, e Marlon Ochoa, do oficialista Livre, de esquerda, que perderam credibilidade entre muitos hondurenhos e os mesmos partidos devido a amargos confrontos.
As discussões começaram com as eleições primárias e internas que os três partidos majoritários realizaram em 9 de março, antes das eleições gerais, e desde então o processo tem ocorrido com denúncias de suposta fraude por parte dos três partidos, mesmo antes de votar.
Ochoa, que tem a candidata de seu partido, Rixi Moncada, em um distante terceiro lugar na corrida presidencial, também denunciou neste fim de semana falhas na segurança do sistema eletrônico de transmissão de resultados.
Sem data provável para saber os resultados – Após as eleições gerais, o CNE tem 30 dias para divulgar os resultados finais das eleições, mas após as sucessivas paralisações no escrutínio, que para alguns analistas obedece a algo mais do que falhas técnicas, ninguém sabe quando os hondurenhos conhecerão o presidente eleito e outras autoridades pelas quais votaram.
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