O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em entrevista neste fim de semana que acredita ser “viável” chegar a um acordo de paz para encerrar a guerra com a Rússia “nos próximos dias”.

A declaração foi feita horas antes de uma delegação do país se reunir com autoridades americanas na Flórida e de Moscou lançar ataques em larga escala com mais de dez horas de duração contra a infraestrutura ucraniana.

Zelensky pediu uma “solução digna” para o conflito, após desentendimentos acerca de uma proposta apresentada pelo governo de Donald Trump que concederia territórios de Kiev à Rússia em troca do cessar-fogo permanente. O Ucraniano informou que a delegação ucraniana de negociação já se encontra nos Estados Unidos para dar continuidade ao diálogo com base nos pontos previamente discutidos em Genebra, ocasião na qual países europeus apresentaram uma contraproposta.

Participam da reunião na Flórida o Secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Rustem Umerov, e altos funcionários dos Estados Unidos, incluindo o Secretário de Estado Marco Rubio, o enviado especial Steve Witkoff e o genro do presidente americano Jared Kushner.

Zelensky ressaltou que prioriza o fortalecimento das defesas aéreas e pediu a cooperação dos aliados internacionais após os ataques russos. Ele também instou os parceiros europeus a considerarem a utilização de recursos russos congelados na Europa, caso Moscou não cesse os bombardeios.

No sábado (29), o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga, acusou a Rússia de continuar com seu plano de guerra em um momento em que “todos falam em discutir pontos de planos de paz”.

“Enquanto todos falam sobre pontos de planos de paz, a Rússia continua com seu plano de guerra de dois pontos: matar e destruir”, escreveu Sibiga na rede social X.

Segundo o ministro ucraniano, a noite foi “difícil, especialmente em Kiev”, devido ao ataque russo, no qual a Rússia lançou “dezenas de mísseis de cruzeiro e balísticos e mais de 500 drones contra residências, a rede elétrica e infraestruturas críticas”.

O chefe da diplomacia ucraniana também criticou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, por sua recente visita ao ditador russo, Vladimir Putin. “Putin está usando esses políticos como atores em seu espetáculo sangrento. Putin quer prolongar a guerra a qualquer custo”, denunciou.

Em contrapartida, também no sábado, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) anunciou que atingiu dois navios-tanque da chamada “frota fantasma” da Rússia situada no Mar Negro. O ataque utilizou drones submarinos para incapacitar as embarcações petroleiras.