O príncipe William, herdeiro da coroa britânica, afirmou que a proposta do Brasil de liderar a mobilização de recursos para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é “um passo visionário” em busca da valorização do papel da natureza na estabilidade climática.
“A iniciativa reconhece que o clima e a natureza devem ser abordados juntos, não de forma isolada, mas em sinergia. A ciência é clara. Temos que ir mais longe se quisermos garantir uma vida longa”, disse William, durante seu discurso na sessão plenária da Cúpula de Líderes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). A cúpula começou nesta quinta-feira (6), em Belém, no Pará, e vai até amanhã.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma reunião bilateral ainda hoje com o príncipe britânico e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. O encontro será antes do almoço oferecido por Lula aos Chefes de Estado e de Governo dos países com florestas tropicais e integrantes do TFFF. Há a expectativa que o Reino Unido se comprometa a aportar recursos no fundo.
O governo brasileiro busca recursos públicos e privados para viabilizar esse fundo, que propõe um novo modelo de financiamento climático para preservação das florestas tropicais. O objetivo é levantar US$ 25 bilhões de recursos públicos dos países. Até o momento, o governo brasileiro se comprometeu com o aporte de US$ 1 bilhão.
Ainda durante seu discurso na Cúpula do Clima, William lembrou da série de eventos climáticos extremos que vêm atingindo o mundo, inclusive o Brasil, ao citar as inundações que aconteceram no Rio Grande do Sul e os incêndios que atingiram várias regiões do Brasil. “Nós vimos o impacto desastroso de inundações simultâneas e incêndios no Brasil”, lembrou.
“Nenhum lado do mundo não será afetado [pelos eventos climáticos extremos]. Estes impactos são riscos para o crescimento [econômico], segurança e bem-estar dos países. Mas sabemos que estes riscos são mais fortes para aqueles que contribuíram menos para [causar] a crise climática”, destacou.
Ele afirmou que o combate a eventos climáticos extremos demanda uma ação urgente e coordenada dos países. “Temos de nos perguntar: qual é o legado que desejamos deixar, porque o impacto de nossas escolhas será sentido por nós em todo o mundo”, alertou.
William defendeu que as nações construam um futuro em que os indígenas e as comunidades locais sejam reconhecidas como líderes do clima global. “Onde seus direitos são protegidos, suas vozes são escutadas e seu conhecimento é respeitado como vital para a saúde do nosso planeta”, disse o príncipe de Gales.
No começo do discurso, o membro da Família Real destacou o comprometimento do Brasil com o progresso ambiental. “Desde o Rio+20, em 1992, o Brasil vem rapidamente se tornando um líder em energia renovável e agricultura sustentável.”
@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431

